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DISCÓRDIA
Ultra-ortodoxos não aceitam Estado antes da vinda do Messias
Seita judaica lembra fundação de Israel com marcha fúnebre
das agências internacionais
A seita judaica
ultra-ortodoxa
Naturei Karta
sairá amanhã
em marcha fúnebre pelas ruas
de Jerusalém em
protesto contra as comemorações
do aniversário de 50 anos da criação de Israel.
Os adeptos da seita consideram
o Estado de Israel uma blasfêmia,
pois, além de ter um governo laico
(separado da religião), sua criação
teria desafiado a "vontade divina" segundo a qual o Estado judeu só deveria surgir após a chegada do Messias.
Os manifestantes vão se vestir
como se estivessem de luto para
protestar no bairro de Mea Shearim, reduto dos judeus ultra-ortodoxos de Jerusalém, que conservam os trajes de seus antepassados
que viviam nos guetos da Europa
no século passado.
O rabino Eliahu Benhamo afirmou que o dia 30 será um dia como outro qualquer para seus alunos. "Não participaremos de atividades blasfemas", disse Benhamo, 40. "A Torá (livro sagrado do
judaísmo), o povo judeu e o país
de Israel são sagrados, mas não este Estado."
Os cerca de 300 mil judeus ultra-ortodoxos existentes hoje em
Israel representam cerca de 6% da
população do país e quase 30% da
de Jerusalém.
Apesar de contrários à existência
de Israel, recebem apoio do governo, inclusive para financiar suas
escolas religiosas, onde estudam
cerca de 100 mil alunos.
Nas últimas eleições, o voto dos
judeus ortodoxos que não são
contra o atual Estado judeu conquistou 14 cadeiras no Parlamento. Geralmente contrários à devolução de terras para os palestinos,
os ortodoxos integram a coalizão
liderada pelo primeiro-ministro,
Binyamin Netanyahu.
As comemorações dos 50 anos
do Estado de Israel acontecem
amanhã.
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