DO "THE NEW YORK TIMES"

Virtualmente toda a cúpula da Al Qaeda e do Taleban foi expulsa do Afeganistão e está agora operando com cerca de mil combatentes não afegãos nas anárquicas áreas tribais do oeste do Paquistão, diz o general Franklin L. Hagenbeck, comandante das forças internacionais lideradas pelos Estados Unidos na região.
Os relatórios de inteligência indicam que os líderes da Al Qaeda e do Taleban estão planejando ataques terroristas -incluindo carros e homens-bomba- para atrapalhar a escolha de um novo governo afegão, o que deve ocorrer no mês que vem, em Cabul.
"Nós sabemos que eles estão lá e que têm a capacidade de infligir estragos ao país", disse o general Hagenbeck. "Nosso trabalho é negar a eles a liberdade de movimentos e a de refúgio."
Embora muitos dos líderes mais importantes do Taleban aparentemente estejam agindo na área tribal do Paquistão, o general Hagenbeck disse que os relatórios de inteligência sugerem que poucos deles tenham tentado voltar ao Afeganistão para estabelecer operações de guerrilha.
O objetivo maior deles, afirma o militar americano, seria mesmo minar o encontro dos anciãos e chefes tribais que deve escolher o novo governo nacional.
"Eles estão procurando por algo que lhes dê muita publicidade, algo violento e espetacular, que convença a população a renovar o apoio ao Taleban", afirma.
Entretanto o general ecoou uma preocupação já demonstrada por Washington sobre como as tensões entre Índia e Paquistão podem atrasar as operações paquistanesas na área tribal.
Relatórios dos serviços de inteligência dos EUA apontam que o Paquistão está se preparando para retirar tropas da fronteira com o Afeganistão e levá-las para a região próxima da Índia.
Essa operação, se confirmada, seria um grande complicador da estratégia americana na área.