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EUA rejeitam críticas contra sua atuação, mas preservam relatório
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O governo americano rejeitou
as críticas feitas pela Anistia Internacional em relação à atuação do
país na guerra ao terrorismo. Ao
mesmo tempo, disse que o relatório pode ser importante em relação a violações dos direitos humanos praticadas em outras partes do mundo.
"Rejeitamos qualquer alegação
de que nossos esforços pelos direitos humanos diminuíram. As
acusações da Anistia Internacional são incorretas", declarou o
porta-voz do Departamento de
Estado, Richard Boucher.
A posição recebeu apoio da Casa Branca, onde o porta-voz Ari
Fleischer rebateu as críticas em
relação aos prisioneiros mantidos
sem acusação formal na base de
Guantánamo, em Cuba.
"Eu rejeito isso por não ter mérito. Os prisioneiros em Guantánamo estão sendo tratados humanamente. Recebem atendimento
médico, comida, um tratamento
muito melhor do que tinham em
sua vida anterior."
Ontem mesmo, porém, o Pentágono divulgou que houve mais
duas tentativas de suicídio em
Guantánamo, o que eleva para 27
o total de casos do tipo desde janeiro do ano passado, quando os
prisioneiros começaram a chegar
do Afeganistão. Segundo o Departamento da Defesa, os primeiros julgamentos dos detidos ocorrerão em breve.
O governo preocupou-se, entretanto, em não atacar a entidade,
pois recorre com frequência a
seus relatórios. "Temos diferenças mais em relação a alguns dos
julgamentos e alguns dos exemplos usados para apoiá-los. Se
olharmos mais os detalhes do relatório, vamos encontrar muitas
coisas com as quais concordamos", disse o porta-voz do Departamento de Estado.
Para a secretária-geral da Anistia, Irene Khan, a conduta americana "diminui sua autoridade
moral para combater violações
aos direitos humanos em outras
partes do mundo".
Na opinião do pesquisador Nile
Gardiner, da Fundação Heritage
-um centro de análises conservador de Washington-, a Anistia errou. "A Anistia, que faz um
bom trabalho, está exagerando a
situação. Houve, claro, restrições
maiores. [Mas] não acho que vimos violações significativas aos
direitos humanos como resultado
da guerra ao terror", diz.
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