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São Paulo, quinta-feira, 29 de maio de 2003

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EUA rejeitam críticas contra sua atuação, mas preservam relatório

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O governo americano rejeitou as críticas feitas pela Anistia Internacional em relação à atuação do país na guerra ao terrorismo. Ao mesmo tempo, disse que o relatório pode ser importante em relação a violações dos direitos humanos praticadas em outras partes do mundo.
"Rejeitamos qualquer alegação de que nossos esforços pelos direitos humanos diminuíram. As acusações da Anistia Internacional são incorretas", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Richard Boucher.
A posição recebeu apoio da Casa Branca, onde o porta-voz Ari Fleischer rebateu as críticas em relação aos prisioneiros mantidos sem acusação formal na base de Guantánamo, em Cuba.
"Eu rejeito isso por não ter mérito. Os prisioneiros em Guantánamo estão sendo tratados humanamente. Recebem atendimento médico, comida, um tratamento muito melhor do que tinham em sua vida anterior."
Ontem mesmo, porém, o Pentágono divulgou que houve mais duas tentativas de suicídio em Guantánamo, o que eleva para 27 o total de casos do tipo desde janeiro do ano passado, quando os prisioneiros começaram a chegar do Afeganistão. Segundo o Departamento da Defesa, os primeiros julgamentos dos detidos ocorrerão em breve.
O governo preocupou-se, entretanto, em não atacar a entidade, pois recorre com frequência a seus relatórios. "Temos diferenças mais em relação a alguns dos julgamentos e alguns dos exemplos usados para apoiá-los. Se olharmos mais os detalhes do relatório, vamos encontrar muitas coisas com as quais concordamos", disse o porta-voz do Departamento de Estado.
Para a secretária-geral da Anistia, Irene Khan, a conduta americana "diminui sua autoridade moral para combater violações aos direitos humanos em outras partes do mundo".
Na opinião do pesquisador Nile Gardiner, da Fundação Heritage -um centro de análises conservador de Washington-, a Anistia errou. "A Anistia, que faz um bom trabalho, está exagerando a situação. Houve, claro, restrições maiores. [Mas] não acho que vimos violações significativas aos direitos humanos como resultado da guerra ao terror", diz.


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