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Ataque contra mesquitas mata 80 no Paquistão
Vítimas são membros da minoria ahmadi, considerada não muçulmana
Taleban paquistanês reivindica ações, que deixaram ainda 80 feridos na cidade de Lahore, 2ª maior do país
DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS
Militantes atacaram ontem duas mesquitas lotadas
de membros da minoria étnica ahmadi em Lahore, leste
do Paquistão, fazendo reféns
e entrando em confronto
com a polícia. Ao menos 80
pessoas morreram, e dezenas ficaram feridas.
Os ataques foram realizados de forma quase coordenada logo após as orações de
sexta-feira -dia sagrado para os muçulmanos, quando
as mesquitas recebem um
fluxo maior de fiéis.
Ao menos sete homens
participaram das ações, que
deixaram ainda 80 feridos.
Dois deles foram presos.
O primeiro ataque, no bairro de Model Town, foi relativamente rápido. Quatro militantes atiraram contra os
fiéis e explodiram granadas.
Em Garhi Shahu, o ataque
durou quatro horas. Três militantes -com coletes cheios
de explosivos- mantiveram
dezenas de fiéis reféns.
"Eles enfrentaram a polícia por algum tempo. Mas,
percebendo que estavam
sendo derrotados, se explodiram", disse o vice-comissário de Lahore, Sajjad Bhutta.
A Geo TV informou que o
Taleban paquistanês assumiu as ações. Autoridades,
no entanto, não confirmaram a informação.
Os ataques de ontem foram os piores em Lahore -a
segunda maior cidade paquistanesa- neste ano.
Em âmbito nacional, foram os piores ataques desde
1º de janeiro. Na ocasião, a
explosão de um carro-bomba
matou mais de cem civis em
um jogo de vôlei.
VÍTIMAS
A seita dos ahmadis foi
fundada no século 19. Eles
possuem crenças heterodoxas entre os muçulmanos, incluindo a de que Jesus Cristo
sobreviveu à crucificação e
morreu na Caxemira.
Alguns também acreditam
que existiram outros profetas
depois de Maomé, fundador
do islã -o que contraria um
dogma básico da religião.
No Paquistão, os ahmadis
são considerados não muçulmanos e tiveram seus direitos religiosos limitados.
A minoria é alvo frequente
de ataques, mas os de ontem
foram tidos como inéditos
devido ao número de vítimas
e à coordenação entre eles.
FOLHA.COM
Veja ataques de militantes a mesquitas no Paquistão
folha.com.br/101482
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