São Paulo, segunda-feira, 29 de junho de 2009

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EUA demoraram para agir, afirma analista

DA REPORTAGEM LOCAL

Antes de ser deposto do poder em Honduras, Manuel Zelaya fez questão de agradecer aos EUA por não apoiarem a conspiração contra ele. "Se os EUA tivessem apoiado [a tentativa de golpe], já estaria fora do país", comemorou Zelaya falando ao vivo na TV com o aliado Hugo Chávez, na sexta-feira.
Menos de 48 horas depois, Zelaya foi levado à força para a vizinha Costa Rica, e o Congresso hondurenho aclamou um novo presidente.
Ontem, Washington disse que só reconhece o governo do deposto. Funcionários do Departamento de Estado disseram a agências de notícias, em condição de anonimato, que os EUA falaram com representantes de todos os setores hondurenhos, inclusive militares. Contaram que os interlocutores militares "deixaram de atender" os telefonemas.
Mas, para o sociólogo argentino Juan Gabriel Tokatlián, tanto a OEA como o governo Barack Obama, que vinham dando declarações brandas, agiram tarde demais. Permitiram que a situação "cruzasse um limite". "Quando há intentona de golpe, a ação deve ser categórica, independentemente da crise institucional do país", diz o argentino, diretor de relações internacionais da Universidade de San Andrés.
Tokatlián frisa a importância de uma ação enfática dos EUA num país que nos anos 80 ficou conhecido como "porta-aviões americano", servindo de base de treinamento para os Contra, que combatiam os sandinistas na Nicarágua. Os EUA mantêm base militar em Honduras, com aviões e 500 soldados.
(FLÁVIA MARREIRO)


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