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EUA demoraram para agir, afirma analista
DA REPORTAGEM LOCAL
Antes de ser deposto do poder em Honduras, Manuel Zelaya fez questão de agradecer
aos EUA por não apoiarem a
conspiração contra ele. "Se os
EUA tivessem apoiado [a tentativa de golpe], já estaria fora do
país", comemorou Zelaya falando ao vivo na TV com o aliado Hugo Chávez, na sexta-feira.
Menos de 48 horas depois,
Zelaya foi levado à força para a
vizinha Costa Rica, e o Congresso hondurenho aclamou
um novo presidente.
Ontem, Washington disse
que só reconhece o governo do
deposto. Funcionários do Departamento de Estado disseram a agências de notícias, em
condição de anonimato, que os
EUA falaram com representantes de todos os setores hondurenhos, inclusive militares.
Contaram que os interlocutores militares "deixaram de
atender" os telefonemas.
Mas, para o sociólogo argentino Juan Gabriel Tokatlián,
tanto a OEA como o governo
Barack Obama, que vinham
dando declarações brandas,
agiram tarde demais. Permitiram que a situação "cruzasse
um limite". "Quando há intentona de golpe, a ação deve ser
categórica, independentemente da crise institucional do
país", diz o argentino, diretor
de relações internacionais da
Universidade de San Andrés.
Tokatlián frisa a importância
de uma ação enfática dos EUA
num país que nos anos 80 ficou
conhecido como "porta-aviões
americano", servindo de base
de treinamento para os Contra,
que combatiam os sandinistas
na Nicarágua. Os EUA mantêm
base militar em Honduras, com
aviões e 500 soldados.
(FLÁVIA MARREIRO)
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