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"GUERRA SUJA"
Chancelaria encaminhará nomes à Espanha
Justiça argentina inicia processo sobre pedido espanhol de extradição
ELAINE COTTA
DE BUENOS AIRES
O juiz argentino Rodolfo Canicoba Corral entregou ontem à
Chancelaria argentina um relatório com os nomes dos ex-torturadores que tiveram prisão decretada na última semana e que já estão detidos. Os nomes serão encaminhados à Espanha nesta semana. O país terá um prazo de até 40
dias para oficializar um pedido de
extradição. Caso não o faça, os
militares poderão ser liberados.
"Esse era um procedimento
normal para que a Espanha pudesse oficializar o pedido de extradição", disse Canicoba Corral.
O juiz informou que apenas 2 dos
46 ex-torturadores que tiveram
prisão decretada na semana passada ainda não se apresentaram.
Na última quinta-feira, o juiz
ordenou a detenção de 45 militares e ex-militares e um civil, após
receber uma ordem da Interpol.
Esta respondia a um pedido do
juiz espanhol Baltasar Garzón.
Da lista de 46 ex-repressores
que tiveram prisão decretada, pelo menos 20 não poderão ser extraditados porque já respondem a
processos na Argentina. São os
casos, por exemplo, dos ex-ditadores Jorge Rafael Videla e Emilio
Eduardo Massera, que já cumprem prisão domiciliar pela acusação de roubo de bebês de pessoas desaparecidas durante a ditadura militar.
Um novo pedido de extradição
de ex-militares deve ser encaminhado, desta vez pelo governo de
Israel, segundo a Associação de
Familiares de Judeus Desaparecidos, da Argentina. Há dois anos o
Parlamento israelense criou uma
comissão para investigar os casos
de judeus que desapareceram na
"guerra suja" argentina.
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