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VENEZUELA
Oposição denuncia manobra
Caracas alerta contra atraso do plebiscito
DA REUTERS
O vice-presidente do Conselho
Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Ezequiel Zamora, disse
ontem que atrasos no registro de
eleitores e uma disputa envolvendo funcionários eleitorais podem
impedir a realização na data marcada (15 de agosto) do plebiscito
para encurtar ou não o mandato
do presidente Hugo Chávez.
Zamora, apontado como um
dos juízes do CNE favoráveis à
oposição venezuelana, disse que
não está "acusando ninguém".
"Mas sinto que estamos perto de
um adiamento. Estaríamos jogando com a paz na Venezuela se
alguém fosse louco o suficiente
para mudar a data do dia 15 de
agosto", afirmou Zamora.
Líderes da oposição, que acusam o CNE de ser dominado por
chavistas e de estar tentando impedir o plebiscito, exigem explicações sobre por que milhares de
eleitores foram transferidos de locais de votação. Os oposicionistas
também denunciaram falhas no
registro de eleitores e uma tentativa do CNE de impedir o trabalho
de funcionários eleitorais que assinaram a petição para pedir a
realização do plebiscito.
"Esses abusos, como a transferência fraudulenta de eleitores,
são parte do jogo de sabotagem
que o CNE está fazendo", disse
Antonio Ledezma, líder do oposicionista partido Aliança Povo
Destemido. A maioria dos analistas políticos acredita que três dos
cinco juízes do CNE são favoráveis ao presidente venezuelano.
O presidente do Conselho,
Francisco Carrasquero (visto como chavista), negou a existência
de qualquer fraude no registro de
eleitores. "Eu não vejo nenhum
grande obstáculo", disse o juíz do
CNE Jorge Rodríguez (considerado chavista) sobre a realização do
plebiscito no dia marcado.
Chávez foi eleito em 1998 e, em
2000, ganhou nas urnas novo
mandato, previsto para acabar no
início de 2007. Um atraso no plebiscito seria bastante vantajoso
para o presidente. Pelas leis venezuelanas, o prazo para que o seu
eventual substituto seja escolhido
em uma nova eleição direta acaba
no próximo dia 19. Caso o plebiscito seja feito depois e o presidente perca, ele será substituído pelo
vice, José Vicente Rangel. Isso não
interessa à oposição, já que Rangel é um forte aliado de Chávez.
Uma pesquisa divulgada anteontem, feita por encomenda da
PDVSA, a estatal petrolífera do
país, aponta que 49% dos eleitores devem votar a favor de Chávez
e 41%, contra (a margem de erro é
de 2,2 pontos percentuais).
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