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AVIAÇÃO
Conselho debate instalação de câmeras na cabine para registrar movimentos; pilotos dizem que perderão privacidade
EUA querem 3ª caixa-preta com vídeo
DO "NEW YORK TIMES"
Autoridades da aviação dos
EUA defenderam a instalação de
uma terceira caixa-preta -um
gravador de vídeo na cabine dos
aviões- para complementar os
gravadores já existentes, de voz e
de dados.
Entretanto, na abertura anteontem de uma audiência de dois dias
para intensificar a campanha que
o Conselho Nacional de Segurança nos Transportes (NTSB) realiza há quatro anos em defesa do
uso do vídeo, a idéia encontrou
resistência acirrada de pilotos
preocupados com sua privacidade e de companhias aéreas preocupadas com o peso e a despesa
extras.
Representantes do NTSB disseram que a existência de imagens
em vídeo os teria ajudado a descobrir o que aconteceu em desastres
como o do vôo 990 da EgyptAir
em 31 de outubro de 1999, que
acabou sendo visto como resultado de um ato proposital do co-piloto. A presença de uma câmera
teria deixado claro quem estava
na cabine na hora do acidente.
Para proteger a privacidade dos
pilotos, as gravações em vídeo poderiam ser objeto da mesma lei
que protege as gravações de voz
da cabine contra a exposição pública. Mas o capitão John Cox,
presidente do comitê de segurança da Associação dos Pilotos, observou que vozes gravadas na cabine já foram divulgadas pela TV.
"Quando o avião sai do limite
de 12 milhas e entra no espaço aéreo internacional, tenho dúvidas
sérias quanto à possibilidade de
impedir que os dados cheguem à
internet", disse Cox. Ele afirmou
que imagens em vídeo são subjetivas e não constituem informação tão confiável quanto os gravadores de dados de vôo. O dinheiro
disponível, afirmou, seria melhor
gasto nesses gravadores ou em
outros artefatos de segurança.
Mas Carol Carmody, integrante
do conselho, disse achar difícil ser
contra a disponibilidade de mais
informações. Ela concordou que
imagens em vídeo, isoladas, assim
como gravações de voz isoladas,
deixam brechas e são sujeitas a erros de interpretação, mas afirmou
que elas constituiriam ""mais uma
peça do quebra-cabeças".
O conselho recomendou a instalação de gravadores de vídeo
nas cabines ainda em 2000, mas a
Administração Federal de Aviação estuda como tal sistema poderia ser montado. Os especialistas concordam que os avanços rápidos na tecnologia de vigilância
tornam tal sistema uma idéia viável. Assim como os gravadores de
voz utilizam vários microfones,
um sistema de vídeo poderia usar
várias câmeras e armazenar os
dados em chips de computador,
que resistem a quedas.
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