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TRANSPARÊNCIA
Brasil é 45º país menos corrupto do mundo, segundo levantamento; Paraguai está entre os 5 mais corruptos
Corrupção piora na América Latina, diz ONG
DA REDAÇÃO
O espectro da corrupção continua rondando os países da América Latina, de acordo com um relatório divulgado ontem pela organização não-governamental
Transparência Internacional, baseada em Berlim (Alemanha).
Segundo o ranking anual de
corrupção divulgado pela ONG, a
maioria dos países da região teve
uma leve piora na percepção da
corrupção de políticos e funcionários públicos no último ano.
O levantamento, feito em 102
países, apresenta uma escala de
zero a dez. Quanto menor a nota,
maior a percepção da corrupção.
É baseado na opinião de investidores, funcionários de multinacionais e analistas estrangeiros.
Os países que obtiveram nota 7
ou mais são os considerados pela
ONG como pouco corruptos. Dos
21 países da América Latina incluídos no levantamento, apenas
o Chile (nota 7,5) está nesse patamar, como o 17º país menos corrupto do mundo.
O Brasil, com nota 4, é o quinto
país menos corrupto da região e o
45º do mundo, ao lado de Peru e
Jamaica. O Paraguai foi o país latino-americano com a nota mais
baixa (1,7) e ficou em 98º na classificação geral. A nota da Argentina, que sofre a crise econômica
mais grave de sua história e uma
crise de confiança nos políticos
sem precedentes, caiu de 3,5 para
2,8 entre o ano passado e este ano,
levando o país do 57º posto mundial para o 70º.
"No ano passado, vimos uma
queda na credibilidade do regime
democrático. Em partes da América do Sul, a corrupção e o desgoverno das elites políticas tiraram
confiança nas estruturas democráticas que emergiram após o
fim dos regimes militares", afirmou o presidente da Transparência Internacional, Peter Eigen, durante a apresentação do relatório.
Além da Argentina, as notas de
Panamá, Honduras, Guatemala,
Nicarágua, Venezuela, Bolívia,
Equador, Haiti e Paraguai ficaram
abaixo de 3, considerado o nível
mais crítico de corrupção.
"As elites políticas, aceitando
subornos em qualquer oportunidade, e empresários inescrupulosos estão prendendo nações inteiras na pobreza e impedindo o seu
desenvolvimento sustentável",
disse Eigen. "Os políticos usam
cada vez mais a retórica da luta
contra a corrupção, mas não
atuam para romper o círculo vicioso da pobreza e do suborno."
Sinais positivos
Segundo o levantamento da
Transparência Internacional, cerca de 70% dos países pesquisados
tiveram nota abaixo de 5. "A percepção da corrupção aumentou
muito em Indonésia, Quênia, Angola, Madagascar, Paraguai, Nigéria e Bangladesh", diz o relatório.
Para Eigen, houve alguns sinais
positivos nas antigas nações comunistas. A Eslovênia mostrou o
maior avanço, com uma nota que
saltou de 5,2 para 6 no último ano.
Apesar disso, países como Rússia,
Uzbequistão, Geórgia, Ucrânia,
Cazaquistão, Moldova e Azerbaijão ainda têm notas inferiores a 3.
A Finlândia, com 9,7, continua
como primeira da lista, como país
menos corrupto do mundo, mas
teve uma ligeira queda em relação
ao ano passado, quando teve 9,9.
A lista dos dez primeiros é seguida por Dinamarca (9,5), Nova Zelândia (9,5), Islândia (9,4), Cingapura (9,3), Suécia (9,3), Canadá
(9), Luxemburgo (9), Holanda (9)
e Reino Unido (8,7).
Entre os países da União Européia, a nota da Grécia (4,2) foi a
mais baixa, no 44º posto geral. A
Itália, com 5,2, ficou em 31º, e a Irlanda caiu de 7,5 para 6,9. Os
EUA, cuja nota oscilou de 7,6 para
7,7, mantiveram o 16º posto da lista do ano passado.
Com agências internacionais
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