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Irã não deve abrigar terroristas, advertem EUA
Reuters
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Khatami, o presidente do Irã |
DA REDAÇÃO
Os EUA advertiram ontem o Irã
de que não deve abrigar terroristas, após Teerã ter negado relato
publicado num jornal americano
segundo o qual integrantes da Al
Qaeda estariam no país.
Dois líderes da rede terrorista de
Osama Bin Laden teriam se refugiado nas cidades de Mashhad e
Zabol, fronteiriças com o Afeganistão, disse o "Washington
Post", que cita fontes dos serviços
de inteligência do mundo árabe.
Os dirigentes mencionados -o
egípcio Saif al-Adel e Mahfouz
Ould Walid, da Mauritânia- seriam, atualmente, os chefes da
brigada militar da Al Qaeda. "Já
dissemos recentemente que há
membros da Al Qaeda no Irã e, se
houver, esperamos de todos os
governos que não abriguem terroristas nem forneçam a eles um
porto seguro", disse Scott McClellan, porta-voz da Casa Branca.
Teerã nega a veracidade da informação. "Trata-se de novas
acusações sem fundamento. Essas
pessoas não se encontram no Irã",
disse o porta-voz da Chancelaria
iraniana, Hamid Reza Assefi. "Alguns círculos americanos adotaram o mau hábito de lançar e repetir essas acusações." O Irã diz já
ter prendido e deportado cerca de
150 suspeitos de colaborar com a
Al Qaeda e com o Taleban no Afeganistão, que teriam cruzado ilegalmente as suas fronteiras.
O presidente americano, George W. Bush, incluiu o Irã no que
chamou de "eixo do mal", ao lado
do Iraque e da Coréia do Norte.
Washington também acusa o
Iraque de abrigar integrantes da
Al Qaeda. As denúncias, não
comprovadas, fazem parte da
campanha dos EUA para convencer a opinião pública de que seus
planos de atacar Bagdá e depor
Saddam Hussein são justificáveis.
O presidente iraniano, Mohammad Khatami, advertiu ontem os
EUA de que não devem considerar a hipótese de atacar o Irã no
embalo de uma ação contra o Iraque. "Faremos o máximo possível
para que nenhum ataque aconteça contra nenhum país, inclusive
o nosso", disse ele. "Se um ataque
vier, naturalmente estaremos
prontos para pagar o preço e defender nossos interesses."
Disputa interna
Khatami disse ontem que enviará ao Parlamento um projeto de
lei que lhe traria mais poderes para acelerar reformas políticas no
Irã. Maior expoente da ala reformista em Teerã, o presidente enfrenta forte resistência do clero
conservador, liderado pelo aiatolá
Ali Khamenei, líder espiritual e
máxima autoridade no país.
A nova lei deve ser aprovada pelos parlamentares, mas estará depois sujeita a veto pelo Conselho dos Guardiães, órgão dominado pelos conservadores.
Com agências internacionais
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