São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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Três pessoas morrem em ataque contra cidade turística na Turquia

Em 24 horas, explosões chegam a cinco; separatistas curdos são suspeitos

DO "FINANCIAL TIMES"

A explosão de uma bomba matou ontem três pessoas e feriu dezenas, inclusive turistas estrangeiros, em uma das cidades litorâneas mais populares da Turquia, Antalya, no sudoeste do país. Foi o quinto ataque terrorista em 24 horas.
Na véspera, uma bomba em Istambul e três em Marmaris, outra popular cidade litorânea, deixou 22 feridos.
O grupo militante Falcões da Liberdade do Curdistão, considerado uma dissidência do separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), assumiu os ataques de domingo, dizendo, em comunicado na internet, que "a Turquia não é um país seguro, os turistas não devem vir para cá". A explosão em Antalya ainda não foi assumida por nenhum grupo.
Desde 1984 o PKK mantém uma violenta campanha com o objetivo de obter um Estado curdo independente no sudeste do país, onde os curdos são maioria. Em 1999, houve um cessar-fogo após a prisão do líder Abdullah Ocalan, mas os ataques recomeçaram em 2003.
Segundo autoridades turcas, com a invasão do Iraque pelos EUA em março daquele ano, o PKK -que tem bases no norte iraquiano, também de maioria curda- passou a ter acesso a armas e explosivos mais sofisticados e em maior número.
De acordo com um porta-voz do governo turco, o país está em constante diálogo com autoridades iraquianas e americanas no Iraque, "mas não estamos conseguindo obter os resultados de que precisamos".

Turistas como alvo
Os novos bombardeios confirmam os temores de que os separatistas, cada vez mais, devem alvejar cidades turísticas, para tentar prejudicar a economia do país. No ano passado, os turistas estrangeiros deixaram US$ 13,9 bilhões na Turquia. Nos primeiros sete meses deste ano, porém, o número de turistas caiu 6,4%, para 11 milhões.
A indústria do turismo evita relacionar a queda aos atentados. "Há uma combinação de fatores", diz Nedret Koruyan, que chefia a Associação de Investidores no Turismo Turco. Para ela, o alto valor da lira tornou o país "caro", e o surgimento de casos de gripe aviária em janeiro, época de maior movimento, também afastou os turistas. "Certamente os ataques são um fator, mas não toda a história -muitos lugares tiveram ataques, até Londres."


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