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Três pessoas morrem em ataque contra cidade turística na Turquia
Em 24 horas, explosões chegam a cinco; separatistas curdos são suspeitos
DO "FINANCIAL TIMES"
A explosão de uma bomba
matou ontem três pessoas e feriu dezenas, inclusive turistas
estrangeiros, em uma das cidades litorâneas mais populares
da Turquia, Antalya, no sudoeste do país. Foi o quinto ataque
terrorista em 24 horas.
Na véspera, uma bomba em
Istambul e três em Marmaris,
outra popular cidade litorânea,
deixou 22 feridos.
O grupo militante Falcões da
Liberdade do Curdistão, considerado uma dissidência do separatista Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), assumiu os ataques de domingo,
dizendo, em comunicado na internet, que "a Turquia não é um
país seguro, os turistas não devem vir para cá". A explosão em
Antalya ainda não foi assumida
por nenhum grupo.
Desde 1984 o PKK mantém
uma violenta campanha com o
objetivo de obter um Estado
curdo independente no sudeste
do país, onde os curdos são
maioria. Em 1999, houve um
cessar-fogo após a prisão do líder Abdullah Ocalan, mas os
ataques recomeçaram em
2003.
Segundo autoridades turcas,
com a invasão do Iraque pelos
EUA em março daquele ano, o
PKK -que tem bases no norte
iraquiano, também de maioria
curda- passou a ter acesso a
armas e explosivos mais sofisticados e em maior número.
De acordo com um porta-voz
do governo turco, o país está
em constante diálogo com autoridades iraquianas e americanas no Iraque, "mas não estamos conseguindo obter os resultados de que precisamos".
Turistas como alvo
Os novos bombardeios confirmam os temores de que os
separatistas, cada vez mais, devem alvejar cidades turísticas,
para tentar prejudicar a economia do país. No ano passado, os
turistas estrangeiros deixaram
US$ 13,9 bilhões na Turquia.
Nos primeiros sete meses deste
ano, porém, o número de turistas caiu 6,4%, para 11 milhões.
A indústria do turismo evita
relacionar a queda aos atentados. "Há uma combinação de
fatores", diz Nedret Koruyan,
que chefia a Associação de Investidores no Turismo Turco.
Para ela, o alto valor da lira tornou o país "caro", e o surgimento de casos de gripe aviária em
janeiro, época de maior movimento, também afastou os turistas. "Certamente os ataques
são um fator, mas não toda a
história -muitos lugares tiveram ataques, até Londres."
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