São Paulo, terça-feira, 29 de agosto de 2006

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SEQÜESTRO DE OITO ANOS

Jovem austríaca diz estar de luto por morte de seqüestrador

DA REDAÇÃO

A jovem austríaca mantida seqüestrada por oito anos afirmou ontem que, "de certa forma", estava de luto pela morte de seu seqüestrador, definido por ela como "parte de sua vida".
Natascha Kampusch, 18, disse não ter perdido nada durante os anos que passou com refém de Wolfgang Priklopil, 44, um técnico em comunicações que se matou após a fuga da menina, na semana passada. "Ele era parte da minha vida. É por isso que eu também estou de luto por ele de certa forma", afirmou em comunicado escrito a mão e lido por um psicólogo.
Ela procurou ver o lado positivo do período que passou seqüestrada, alegando que não começou a fumar e beber e que não teve más companhias. "Em princípio, não tenho a sensação de que perdi alguma coisa."
Natascha, que está sob cuidados psicológicos, disse que ainda não está preparada para voltar a viver com a família. Ela afirmou não estar surpresa com o interesse por seu caso, mas pediu privacidade. "Todo mundo quer me fazer perguntas íntimas, mas isso não é da conta de ninguém. Talvez eu conte um dia a um terapeuta ou a alguém quando sentir necessidade. Ou talvez nunca. A intimidade só pertence a mim."
Monika Pinterits, uma advogada que assiste Natascha, a descreveu como uma jovem "adorável, eloquente, inteligente, muito positiva e educadarevelou que está apenas no começo de seu trabalho com a menina, levada aos 10 anos em 1998 quando ia para a escola em Viena.
Natascha se referiu ao cativeiro subterrâneo em que era mantida presa como "meu quarto". Seu dia típico, descreveu, começava com um café da manhã na companhia do seqüestrador, que não costumava trabalhar.
Depois, ela tinha várias ocupações. "Trabalhos domésticos, ler, TV, conversar, cozinhar. Foi isso, por anos. Tudo relacionado ao medo da solidão." Não ficou claro se essas ocupações eram na casa ou no cativeiro.
A menina negou ainda que, como divulgado, chamasse Priklopil de mestre, mesmo que ele mandasse, porque achava que seu seqüestrador não falava sério.


Com agências internacionais

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