DO "MONDE"

Na conferência realizada no último fim de semana, o Partido Socialista francês não avançou na escolha de seu candidato à Presidência em 2007. Ségolène Royal, favorita nas pesquisas, foi alvo de uma ofensiva do aparelho do partido e das aspirações implícitas de François Hollande, seu marido, e do ex-premiê Lionel Jospin -ambos sonham se tornar o candidato de compromisso.
Mas, ao avaliar os erros que os levaram à derrota na eleição presidencial de 2002 (Jospin teve 15% dos votos), os socialistas fizeram um mea culpa pela metade -antes, culpavam a multiplicação de candidaturas de esquerda e a campanha da direita sobre a criminalidade.
Jospin admitiu ter cometido erros quando chefe de governo (1997-2002): "Lamento não ter traduzido em ação política a reforma do sistema de aposentadorias que estava pronta". Ao mesmo tempo, fez uma defesa da gestão do PS, dizendo que a esquerda francesa tem uma nostalgia pela revolução e um culto ao fracasso que a leva a não assumir aquilo que faz mesmo quando o faz bem.
"Quem reabilitou o valor do trabalho, a esquerda ou a direita?", perguntou, mencionando os 2,1 milhões de empregos criados em seus cinco anos de governo, diante dos 100 mil criados depois que a direita assumiu o poder, criticando-o por ter instituído a jornada semanal de 35 horas. A ex-ministra do Emprego e da Solidariedade Martine Aubry disse que seu maior orgulho era a instituição da CMU, a cobertura universal contra doenças, enquanto Dominique Strauss-Kahn, ex-ministro das Finanças, enfatizou as leis de empregos para jovens.
Reivindicar a responsabilidade por essas reformas promovidas pelo PS ajuda os pré-candidatos à Presidência, todos antigos membros da equipe de Jospin, a "deixar de lado o sentimento de culpa, essa falha da esquerda", nas palavras do antigo primeiro-ministro.


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