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Argentina condena generais a prisão perpétua
Generais Bussi e Menéndez são considerados culpados de desaparição de senador durante ditadura
ADRIANA KÜCHLER
DE BUENOS AIRES
O general reformado Antonio Bussi, governador da Província de Tucumán durante a
última ditadura militar argentina (1976-1983), foi condenado ontem à prisão perpétua,
com direito à reclusão domiciliar, pelo desaparecimento do
senador Guillermo Vargas Aignasse em 1976.
Após o anúncio da decisão,
militantes de partidos de esquerda e defensores da causa
dos direitos humanos protestaram em frente ao tribunal por
considerar que a prisão na luxuosa casa onde vive o ex-general de 82 anos é o mesmo que a
liberdade. Os manifestantes
enfrentaram a polícia com paus
e pedras e foram dispersados
com gás lacrimogêneo. Várias
pessoas ficaram feridas.
No julgamento, seu chefe militar, o ex-general Luciano Menéndez, 81, recebeu a mesma
sentença. Menéndez, no entanto, já cumpria pena em prisão
comum por outros crimes.
Durante o julgamento, os
dois militares defenderam a repressão que protagonizaram
durante a ditadura. "A perseguição aos delinqüentes subversivos não foi repressão", disse Menéndez. Já Bussi chorou
durante o julgamento e agradeceu "aos soldados que o ajudaram a salvar a Argentina da
agressão comunista".
Entidades de defesa dos direitos humanos estimam que
30 mil pessoas desapareceram
durante a ditadura. Os julgamentos contra integrantes do
regime militar foram retomados a partir de 2005, quando,
sob o governo de Néstor Kirchner, que fez da punição dos crimes da ditadura uma bandeira
política, foram revogadas as leis
de anistia que haviam sido promulgadas no governo de Raúl
Alfonsín (1983-1989).
Entre aqueles que aguardam
julgamento, está o ex-ditador
Jorge Rafael Videla.
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