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IRAQUE SOB TUTELA
Governo italiano nega ter pago US$ 1 milhão pela libertação das duas Simonas, que já estão em seu país
Após negociação, reféns italianas são soltas
DA REDAÇÃO
Simona Torretta e Simona Pari,
as duas voluntárias italianas que
estavam seqüestradas no Iraque,
foram soltas ontem, após permanecerem três semanas em cativeiro. Dois iraquianos que haviam
sido capturados com elas também foram libertados. Rumores
indicam que foi pago US$ 1 milhão pelo resgate. Após serem soltas, as duas italianas foram embarcadas em um avião, que chegou na noite de ontem a Roma.
Em outro caso, quatro engenheiros de uma companhia telefônica do Egito foram soltos ontem. Eles haviam sido seqüestrados na semana passada.
A libertação das duas Simonas,
como ficaram conhecidas as italianas, por terem o mesmo nome,
foi celebrada na Itália. Redes de
TV interromperam as suas programações para dar a notícia e
centenas de pessoas foram para
os arredores das casas de Simona
Torretta, em Roma, e Simona Pari, em Rimini, para comemorar.
As TVs árabes exibiram as imagens da libertação. As duas italianas retiraram os véus que cobriam todo o rosto e deixavam
apenas os olhos à mostra, e sorriram, aparentando boa condição
de saúde. Em árabe, Simona Torreta disse: "Muito obrigada.
Adeus". Pari ficou em silêncio.
O premiê Silvio Berlusconi, que
colocou a libertação das duas italianas como prioridade, afirmou:
"Finalmente boas notícias. É um
momento para celebrar. Após
muitos dias, muitas noites, muitas
direções seguidas e 16 diferentes
negociações, o caso foi concluído". Ele não deu detalhes de como
ocorreram as negociações. Um
jornal da Kuait afirmou ontem
em reportagem que as duas Simonas foram soltas após o pagamento de resgate de US$ 1 milhão.
Berlusconi negou a informação.
O premiê disse apenas que as
duas italianas foram libertadas
graças à ajuda da Cruz Vermelha
Internacional. Ele agradeceu apenas a serviços de inteligência de
países vizinhos ao Iraque, especialmente à Jordânia -o rei Abdullah está na Itália.
As duas Simonas, ambas com
29 anos, estavam no Iraque como
voluntárias da organização humanitária "Ponte para Bagdá" e
participavam de projetos educacionais. No dia 7, elas e outros
dois iraquianos -soltos ontem- que trabalham na organização foram seqüestrados.
O seqüestro delas provocou
enorme comoção na Itália, especialmente porque estavam no Iraque como voluntárias.
"É como nascer de novo. É a luz
depois das trevas", disse Anna
Maria Torretta, mãe de uma das
Simonas. Na semana passada, um
site islâmico publicou a informação de que elas tinham sido mortas. "Eu sabia que Simona voltaria. Nunca perdi a esperança",
afirmou a mãe de Torretta.
Daniela Rossi, mãe da outra Simona, sorriu e em seguida começou a chorar na sacada de seu
apartamento, em Rimini. O Vaticano informou que o papa João
Paulo 2º, que recentemente fez
pedidos para a libertação, expressou "felicidade" com a notícia.
A pressão para que Berlusconi
agisse para obter a libertação das
reféns foi enorme -em agosto
um jornalista italiano foi assassinado após o fracasso de negociações. Para soltar as Simonas, os
seqüestradores, segundo informações, exigiam a retirada dos
cerca de 2.700 militares italianos
que estão no Iraque integrando
coalizão liderada pelos EUA.
Franceses e britânico
Os dois repórteres franceses que
estão seqüestrados no Iraque desde o dia 20 de agosto podem ser libertados em breve, segundo disse
um negociador do governo francês. Paris já teria chegado a um
acordo "sem a necessidade de pagamento". "Eles estão bem de
saúde, psicologicamente e emocionalmente. Temos uma fita dizendo que Christian [Chesnot] e
Georges [Malbrunor] serão soltos
em breve", afirmou o negociador
em entrevista a Al Jazira.
O premiê do Reino Unido, Tony
Blair, expressou apoio e solidariedade à família do britânico Kenneth Bigley, 62, que está sendo
mantido refém há 12 dias no Iraque. Dois americanos que estavam com ele foram decapitados.
Paul, irmão de Bigley, disse anteontem que Blair deveria renunciar. Ontem, celebrou a libertação
das italianas e lembrou do apoio
do líder palestino Iasser Arafat,
que se ofereceu para ajudar nas
negociações. Ainda há 18 estrangeiros seqüestrados no Iraque.
Com agências internacionais
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