DA REDAÇÃO

O governo colombiano confirmou ontem que pretende criar uma zona desmilitarizada para negociar com as Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) a troca de reféns por guerrilheiros presos. A decisão havia sido antecipada na véspera pelo presidente Álvaro Uribe.
Segundo o ex-ministro Álvaro Leyva, negociador do governo, serão desmilitarizados os municípios de Pradera e Florida, no departamento de Valle del Cauca (sudoeste), o que equivale a uma área de 850 km2 considerada um corredor estratégico para a guerrilha.
A desmilitarização era uma das condições colocadas pelas Farc para iniciar uma negociação pela troca de 58 reféns -entre eles a ex-candidata à Presidência Ingrid Betancourt, seqüestrada em 2002- por cerca de 500 presos.
O ministro da Defesa, Juan Manuel Santos, disse que se trata de uma "nova demonstração ao país e à guerrilha da vontade para buscar um acordo humanitário", mas afirmou que os detalhes logísticos ainda precisam ser definidos.
A retirada dos militares da região ocorrerá durante 45 dias, disse Leyva. "Agora precisamos buscar regras do jogo sérias, que determinem tempo e condições mínimas que garantam que tudo saia bem e que não vai haver confrontações", acrescentou.
Em 1998, o governo de Andrés Pastrana cedeu às Farc uma área desmilitarizada de 42.000 km2. Mas a zona acabou servindo para a guerrilha se reagrupar e rearmar.