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Jospin desiste de pré-candidatura
Horacio Villalobos - 26.ago.2006/Efe
![](../images/e2909200601.jpg) |
O ex-premiê francês Lionel Jospin: "não serei mais candidato" |
Ex-premiê anuncia que não vai mais disputar a indicação do Partido Socialista à eleição presidencial da França
O socialista se nega, porém, a apoiar a candidatura de Ségolène Royal, tida como a favorita para representar a legenda no pleito de 2007
DA REDAÇÃO
O ex-premiê francês Lionel
Jospin (1997-2002) abandonou ontem sua pré-candidatura à Presidência da França pelo
Partido Socialista, abrindo caminho -em tese- para Ségolène Royal, apontada pelas pesquisas como sendo a favorita
para representar os socialistas.
A desistência de Jospin, porém, ainda deixa indefinido o
panorama eleitoral para o PS:
cinco pré-candidatos, entre
eles Ségòlene, ainda permanecem na disputa interna pela indicação do partido.
"Não disputarei mais a candidatura de nosso partido à eleição presidencial. É uma decisão
difícil de tomar", disse Jospin,
69, em carta enviada ontem aos
membros do PS.
"Não quero, em uma situação
já confusa -e para ser apenas
mais um candidato-, contribuir para fragmentar [o PS]",
explicou. "A perspectiva de
contar com quatro ou cinco
candidatos na linha de largada
não me parece razoável."
O PS deve formalizar seu
candidato após uma votação
por seus 200 mil membros entre os dias 16 e 23 de outubro.
As candidaturas podem ser
apresentadas até este domingo.
Além de Ségolène, aparecem
como pré-candidatos seu marido e primeiro-secretário do PS,
François Hollande, os ex-ministros Dominique Strauss-Kahn e Jack Lang e o ex-premiê
Laurent Fabius (veja quadro
nesta página).
Jospin afirmou, porém, que
não irá apoiar a indicação de
Ségolène que, segundo uma
pesquisa recente da Ipsos, tem
54% dos votos dos eleitores socialistas.
As sondagens a apontam ainda como a única socialista capaz de enfrentar o ministro do
Interior, Nicolas Sarkozy, o
mais provável candidato pela
conservadora União por um
Movimento Popular.
O ex-premiê vinha liderando
uma campanha entre a "velha
guarda" do PS para deslegitimar a candidatura da adversária e recentemente a chamou
de "fútil" e "demagoga".
Os chamados "elefantes" do
partido têm restrições ao que
interpretam como uma tendência de Ségolène de "flexibilizar" a plataforma socialista, a
exemplo do que fez Tony Blair
com o Trabalhismo no Reino
Unido.
"Não optarei por nenhum
dos candidatos, ou por nenhuma, para ser mais preciso", afirmou à rádio RTL. "Preciso escutar quem serão os atores da
campanha interna. Em função
do que disserem e do que defenderem, vou me pronunciar
quando chegar o momento",
acrescentou.
Derrota
Jospin saiu de cena depois de
uma derrota estrondosa nas
eleições presidenciais de 2002,
quando chegou em terceiro lugar, atrás do atual presidente,
Jacques Chirac, e do líder da
extrema-direita, Jean Marie Le
Pen.
Mas havia ressurgido em junho, declarando-se "disponível" para unir o partido em torno da eleição presidencial. Ontem, ele admitiu que sua campanha não "pegou" e que não
contou com o apoio do partido.
"Incapaz de unir as pessoas,
não quero dividi-las", disse.
Sua decisão foi bem recebida
dentro e fora do PS. Para Hollande, a atitude foi "sábia e responsável". Já Fabius afirmou
ter um "sentimento de respeito" pelo ex-premiê.
Arnaud Montebourg, porta-voz de Ségolène, disse que a desistência é "uma notícia muito
boa" e "um passo decisivo para
o reagrupamento socialista".
"Ele [Jospin] efetua uma saída da política marcada por uma
dignidade e uma bravura que só
podemos saudar", escreveu em
editorial o jornal "Le Monde".
Com agências internacionais
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