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NO HOTEL
Sobreviventes da explosão relatam carnificina
DA REDAÇÃO
O hotel Paradise, em Kikambala, uma praia turística situada a 20
km de Mombaça, na costa queniana, transformou-se ontem no
palco de um triste espetáculo de
corpos despedaçados e de gritos,
depois que um carro-bomba forçou a barreira de proteção do hotel, bateu em seus portões de entrada e explodiu.
Os cadáveres das dançarinas
que deveriam dar boas-vindas aos
turistas ficaram expostos no saguão do hotel. "Havia sangue em
todos os lugares. Havia muito fogo, crianças procurando seus pais
e mães procurando seus filhos",
afirmou o israelense Yahud Saroni, proprietário do hotel.
"Os corpos estavam muito queimados, era impossível reconhecê-los", disse Farie Abdul Kadir, diretor da Cruz Vermelha local.
Sob palmeiras dilaceradas,
Maureen Wanjiru, dona de uma
loja no saguão do hotel, descreveu
a morte de duas crianças. "Elas estavam muito queimadas. Elas foram levadas para o mar porque
não havia água suficiente no hotel. Mas as crianças não conseguiram chegar com vida até a água."
O israelense Boris Morosov, 46,
que é pesquisador na Universidade de Tel Aviv, foi submetido a
uma cirurgia para retirar um pedaço de metal de sua cabeça.
Maxilar
A maior parte do que sobrou do
carro-bomba ficou a 15 metros da
entrada do hotel. Um maxilar que
estava ao lado do veículo era o
único vestígio dos terroristas suicidas no local.
Esse tipo de carnificina não é incomum no Quênia. Em 7 de agosto de 1998, caminhões cheios de
explosivos atingiram a Embaixada dos EUA em Nairóbi, capital
do país, e a Embaixada dos EUA
em Dar-es-Salam, na Tanzânia,
matando 224 pessoas ao todo, incluindo 12 americanos.
O Quênia é um dos principais
destinos turísticos dos israelenses, que desembolsam a partir de
US$ 300 por um pacote que inclui
passagens aéreas e cinco dias de
hotel. Mas os viajantes sabem que
Mombaça é uma cidade perigosa
para israelenses. Desse modo, a
maioria opta por viagens de safári
apenas a Nairóbi.
Com agências internacionais
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