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Não reconhecimento de pleito pode congelar relação bilateral
PAULA ADAMO IDOETA
DA REDAÇÃO
O Brasil reiterou que não reconhecerá o resultado da eleição hondurenha sem a restituição do presidente deposto, Manuel Zelaya, posição que pode,
na prática, congelar as relações
bilaterais com Honduras durante o mandato do presidente
que deve ser eleito hoje.
Segundo a professora de direito internacional da USP Maristela Basso, "se o Brasil não
reconhece o pleito, pode não
reconhecer o novo governo
-como não reconhece o interino-, sem manter relações diplomáticas ou selar acordos".
Dentro desse panorama, o
reconhecimento ao Estado
hondurenho e a acordos e tratados prévios ficaria mantido,
separação difícil de ser feita na
prática, diz a especialista, agregando que "a embaixada brasileira perderia a maioria das
suas funções".
Consultado pela Folha, o
Itamaraty afirmou que a embaixada seguirá funcionando,
dentro da "posição de evitar o
isolamento de Honduras".
Belisário dos Santos Júnior,
advogado e membro da Comissão Internacional de Juristas,
disse achar difícil o Brasil manter a posição de não reconhecimento do processo eleitoral,
caso este seja limpo, legítimo e
obtenha aval de outros países.
"O não reconhecimento é um
recurso negociado internacionalmente, em geral, como resposta a eleições injustas", disse.
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