DA REDAÇÃO

O governo britânico anunciou ontem planos para colocar militares armados dentro de vôos comerciais. A medida representa, segundo autoridades britânicas, um "passo responsável e prudente" e é uma resposta ao recente alerta feito pelo governo dos EUA de uma maior ameaça de ataques terroristas.
"Medidas de segurança adicionais no chão e no ar devem ser colocadas em prática para operações aéreas na rota entre o Reino Unido e os EUA", afirmou o relatório emitido pelo ministro britânico do Interior, David Blunkett, e pelo secretário dos Transportes, Alistair Darling.
As mudanças ocorrem após o cancelamento de seis vôos da companhia Air France entre Paris e Los Angeles na véspera do Natal. Washington temia um ataque semelhante ao 11 de Setembro e afirmou ter indícios de que membros da Al Qaeda poderiam estar entre os passageiros de um desses vôos.
Blunkett mencionou o fato de o governo americano ter elevado o código de alerta antiterror. No dia 21 deste mês, o Departamento de Segurança Interna dos EUA aumentou o alerta nacional para o segundo nível mais alto, de "amarelo" para "laranja", o que indica "a iminência de ataques terroristas", focando a ameaça em vôos estrangeiros comerciais.
O Departamento dos Transportes do Reino Unido não especificou quando os marechais-do-ar da Força Aérea britânica começarão a viajar.
No começo deste mês, um relatório do governo recomendou que eles sejam embarcados principalmente em viagens transatlânticas. Há um ano o governo anunciou que estudava colocar guardas armados nas aeronaves para prevenir sequestros.
"O que estamos propondo é um nível de resposta proporcional e apropriado para um tempo em que a ameaça aos nossos países [EUA e Reino Unido] e ao resto do mundo continua séria e real", disse Blunkett.

Segurança
Ele ainda acrescentou que, se o governo acreditasse que não é seguro para os britânicos viajar ou voar, isso seria dito.
"Nosso programa de segurança aérea trabalha em muitos níveis, com medidas para todos os estágios do processo, do check-in ao vôo propriamente dito. Nem todas as medidas são óbvias, e muitas delas acontecem de forma sigilosa", acrescentou.
A Austrália anunciou na semana passada que marechais-do-ar armados seriam usados em alguns dos vôos da companhia aérea Qantas entre a Austrália e Cingapura e também em alguns vôos para os EUA. Os marechais, que devem se vestir como passageiros normais, não estarão escalados em todos os vôos.

Arábia Saudita
O Reino Unido alertou ontem sobre a possibilidade de um atentado na Arábia Saudita e recomendou que os britânicos evitem viajar a esse país. Segundo o governo britânico, os terroristas estariam na última fase dos preparativos de um ataque.
O anúncio foi feito após a divulgação de um relatório em um jornal britânico que dizia que forças de segurança árabes haviam apreendido aviões carregados com explosivos. A Arábia Saudita nega a existência do relatório.