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São Paulo, segunda-feira, 29 de dezembro de 2003

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Bam apressa-se para enterrar suas vítimas

DA REDAÇÃO

Em pouco mais de dois dias, cerca de 20,5 mil vítimas do terremoto de sexta-feira já foram enterradas em Bam, segundo a emissora estatal de televisão iraniana.
Os cemitérios estão lotados. Em mangas de camisa, sem suas habituais túnicas esvoaçantes, os mulás usam máscaras no rosto para se protegerem do pó e do odor forte dos corpos e choram enquanto cortam as mortalhas e envolvem as vítimas.
Não há tempo para cumprir o preceito islâmico de lavar cuidadosamente a pessoa antes do enterro. Já envoltos nas mortalhas, os corpos são apenas pulverizados com desinfetante.
Zinat, 17, não consegue assistir à cena. "Não quero que meus pais e minhas irmãs sejam enterrados desse jeito", diz ela, em prantos.
No principal cemitério de Bam, uma mãe procura seu bebê de três meses em uma cova coletiva. "Não quero abandonar minha família." Enquanto isso, cinco escavadeiras abrem novas valas.
Ahmad, da equipe de resgate, está preocupado. "Estamos começando a sentir o cheiro da morte. Se não limparmos a área até o final da semana, correremos o risco de epidemias", disse ele.


Com agências internacionais

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