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IRAQUE NA MIRA
Segundo porta-voz da Casa Branca, Bush quer intensificar contatos com aliados europeus e com a ONU
EUA começam a "fase final" de consultas
DA REDAÇÃO
Os EUA disseram ontem, um
dia depois do discurso sobre o Estado da União, de George W.
Bush, que estavam dando início à
"fase final" de consultas diplomáticas para obter apoio internacional à pressão que exercem atualmente sobre o ditador iraquiano,
Saddam Hussein, visando que ele
aceite desarmar seu país para evitar uma guerra.
"Estamos entrando na fase final.
Durante esta fase, o que deverá ser
aberto é uma janela diplomática.
Com isso, o presidente deverá intensificar suas conversas com
nossos aliados europeus e com a
ONU", declarou Ari Fleischer,
porta-voz da Casa Branca.
Vital para a estratégia americana será a apresentação, por parte
do secretário de Estado, Colin Powell, das provas concretas (que os
EUA dizem ter) de que Saddam
ainda tem programas de armas de
destruição em massa, o que deverá ocorrer em 5 de fevereiro.
Powell tentará demonstrar que
Saddam não coopera verdadeiramente com os inspetores de armas da ONU e que o Iraque dá
proteção à rede terrorista Al Qaeda, de Osama bin Laden. O governo do Iraque nega ter elo com a Al
Qaeda. Powell disse pensar que as
provas que serão apresentadas farão a Alemanha, um dos países
que se opõem mais claramente à
guerra, mudar de posição.
Além disso, ele afirmou que, se
necessário, os EUA poderão aceitar que uma nova resolução do
Conselho de Segurança da ONU
seja concebida e votada antes do
início de uma ofensiva contra o
Iraque. No entanto ele ressaltou
que o Iraque será desarmado pacificamente ou com a utilização
da força militar. Powell disse ainda que os EUA podem ajudar
Saddam e seus "homens de confiança" a encontrar um refúgio fora do Iraque para evitar a guerra.
Segundo o secretário da Defesa,
Donald Rumsfeld, Powell poderá
utilizar documentos que, até recentemente, eram confidenciais.
Ontem, no Congresso dos EUA,
Rumsfeld e Powell entregaram
"provas concretas" dos vínculos
do Iraque com a Al Qaeda a legisladores americanos. "As conexões entre o regime iraquiano e a
Al Qaeda são cada vez mais claras", declarou a democrata Carolyn Maloney, que participou de
uma reunião sobre o tema, em
Washington.
Enquanto isso, Bush refutou os
argumentos da França e da Alemanha de que será possível conter o Iraque e convencê-lo a colaborar com a ONU se os inspetores
da entidade tiverem mais tempo
para concluir seu trabalho em território iraquiano.
"Em meu julgamento, não é
possível conter Saddam Hussein.
Não é possível esperar que uma
terapia venha a mudar sua mente
má", declarou o presidente durante uma visita oficial ao Estado
de Michigan.
Uma pesquisa publicada ontem
apontou que 67% dos americanos
disseram que Bush fez -durante
o discurso sobre o Estado da
União- uma defesa convincente
da necessidade de agir contra
Saddam. Anteriormente, apenas
47% dos entrevistados tinham essa opinião. Ademais, 50% disseram ter achado o discurso do presidente muito positivo.
Bush conversará hoje com o
premiê italiano, Silvio Berlusconi,
na Casa Branca, e exporá sua posição sobre a crise iraquiana. Berlusconi apóia a atitude dos EUA
em relação a Saddam. Amanhã, o
presidente dos EUA se reúne com
Tony Blair, premiê britânico.
Além disso, Bush falará, por telefone, com diversos líderes políticos internacionais e enviará funcionários de sua administração a
vários países para explicar a posição americana.
O Pentágono admitiu que há
militares dos EUA no norte do
Iraque (trabalhando com curdos
iraquianos), mas disse que seu
número "não é significativo".
Com agências internacionais
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