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INDONÉSIA
Xanana Gusmão, preso em Jacarta, pede confisco de armas antes de independência
Líder rebelde propõe desarmar Timor
das agências internacionais
O líder do movimento pró-independência de Timor Leste, Xanana
Gusmão, afirmou ontem esperar
que a Indonésia promova o desarmamento da região antes de conceder independência à ex-colônia
portuguesa.
"A Indonésia deve começar desarmando as pessoas. Depois deve
diminuir suas tropas e fazer um
acordo de cessar-fogo", afirmou a
jornalistas na prisão de Cipinang,
em Jacarta (capital), onde cumpre
pena de 20 anos por atividades ligadas à militância separatista.
Essas foram as primeiras declarações de Xanana em reação ao
anúncio do governo indonésio, esta semana, de que estaria disposto
a conceder a independência a Timor Leste caso a população local
rejeite oferta de autonomia.
Sobre a perspectiva de independência, ele disse: "Antes tarde do
que nunca".
O chanceler da Indonésia, Ali
Alatas, disse na última quarta-feira
que o governo deve transferir Xanana Gusmão do cárcere para prisão domiciliar.
Muitos timorenses temem a explosão da violência em caso de retirada das tropas indonésias -que
ocupam a região desde 1975. A
ocupação é condenada pela ONU.
Milícias pró-Indonésia já entraram em confronto com grupos favoráveis à independência. Pelo
menos 50 pessoas morreram nos
choques nos últimos seis meses.
Segundo a Comissão de Direitos
Humanos da ONU, mais de 200
mil pessoas morreram desde 1975
por questões políticas em Timor
Leste. Cerca de 6.000 pessoas pediram refúgio esta semana na igreja
católica de Suai (em Timor), temendo o aumento da violência.
Grupos de direitos humanos que
atuam em Timor dizem que o
Exército indonésio arma e incentiva as milícias pró-Jacarta.
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