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AMÉRICA DO SUL
Operação na fronteira entre os 2 países foi vista como retaliação a medidas brasileiras para diminuir contrabando
Paraguai expulsa cerca de 100 brasileiros
DA FRANCE PRESSE
Cerca de cem brasileiros que
trabalham em Ciudad del Este, no
Paraguai, mas moram em Foz do
Iguaçu (PR), foram expulsos ontem durante uma operação de autoridades paraguaias na ponte da
Amizade, afirmou o diretor do
serviço de imigração paraguaio,
Carlos Liseras.
"Iniciamos uma operação para
controlar a entrada de pessoas,
motos, táxis e ônibus e constatamos que havia uma grande quantidade de pessoas sem documentação, que expulsamos", afirmou
Liseras.
Ele estima que um total de 7.000
a 10 mil brasileiros morem no
Brasil e atravessem diariamente a
fronteira para trabalhar em Ciudad del Este.
Segundo Liseras, a operação verificou que muitos estrangeiros tinham vistos de permanência falsos, com assinatura e carimbos de
autoridades locais.
Anulação de documentos
"Vamos tomar medidas para
anular esses documentos, que foram feitos com base em declarações falsas e fraudulentas, caracterizadas na legislação penal", afirmou Liseras.
Ele abriu 300 processos contra
empresários que contratam brasileiros sem documentos e anunciou que o controle se estenderá a
centenas de pontos comerciais da
cidade.
O governo brasileiro implementou há mais de um mês o bloqueio da passagem de mercadorias compradas no Paraguai e
prometeu indenizar cidadãos paraguaios que se sintam afetados
pela medida.
Para autoridades de Ciudad del
Este e os paraguaios afetados pelas medidas, a operação paraguaia
é uma retaliação a medidas aplicadas pela Receita Federal e pela
Polícia Federal brasileiras. Eles
acusam as autoridades brasileiras
de dissimularem o combate à pirataria exigido pelos EUA, "tomando Ciudad del Este como bode expiatório".
Combate ao contrabando
Carlos Walde, assessor econômico do presidente paraguaio,
Nicanor Duarte, disse que o Brasil
negocia com os EUA uma ampliação da isenção tarifária de seus
produtos dentro do Sistema Geral
de Preferências e que há a exigência de que o Brasil mostre que
combate o contrabando e a pirataria.
"O Brasil tem sérios problemas
com contrabando e produtos falsificados, especialmente com a
Microsoft, mas a porcentagem
[de produtos] que ingressa no
país por Ciudad del Este é ínfima
quando comparada com o que
entra pelos portos de lugares como Santos", afirmou Walde.
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