São Paulo, domingo, 30 de março de 2008 |
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Voto racial é erro, diz professor de Princeton que apóia Obama EM CHICAGO
Na última vez em que apoiou
publicamente um candidato a
um cargo eletivo, lembra Cornel West, "a pobre coitada não
chegou nem entre os últimos".
Hoje, depois de relutar, o professor de religião de Princeton
de 54 anos e um dos principais
estudiosos da cultura negra decidiu votar em Barack Obama
-e apoiá-lo publicamente. EDUQUE DEPOIS "As pessoas se aproximam dele por várias razões. Alguns irmãos votam nele pelos motivos errados. Se alguém me diz que adora o Barack porque é negro, eu penso, bem, essa não é uma boa razão. Entendo o que dizem, tem um significado simbólico, mas política tem de ter mais substância que isso. Mas aceito o voto e educo depois." SENZALA DE CLINTON "Nessas eleições há uma velha ordem e uma nova ordem. Várias pessoas importantes deram sua contribuição à velha ordem, mas elas estavam viciadas no que lhes era familiar. Bill Clinton soube jogar muito bem com isso. Ele tinha o apoio dos negros numa mão, sua rede de contatos na outra, mas uma espécie de senzala também." QUERIDINHO DA MÍDIA "No começo eu olhava o irmão Barack com um pé atrás. Parte por ignorância minha, parte porque ele tinha virado um queridinho da grande mídia. Mas eu resolvi investigar melhor o seu passado, li sobre o trabalho que ele havia feito no setor de habitação para pobres, de reabilitação de ex-presidiários. Foi dessa maneira que me aproximei." RESISTÊNCIA "Agora, sempre haverá resistência à mudança, mesmo entre os negros. É difícil para uma geração mais velha encarar o novo. É como Louis Armstrong gostar de Charlie Parker. Ele era o maior revolucionário de seu tempo e simplesmente não conseguia gostar do seguinte maior revolucionário..." MAIS QUE RACIAL "O apoio a Barack é mais do que racial: é resultado da democratização por que passa esse país. Estamos no meio de uma recessão, as pessoas querem ter esperança de novo, e quem aparece é um negro! E Barack tem personalidade, tem paciência, é aberto, é gentil. Se ele fosse como Miles Davis, não estaria onde está hoje. Miles tinha raiva!" PSIQUE NEGRA "Ele tem de retrabalhar a psique negra. Criar uma nova noção de auto-respeito que se perdeu. Mas, se ele falasse na TV "vou retrabalhar a psique negra", perderia Iowa! [risos]" Texto Anterior: Homenagens: Eventos em Atlanta e Memphis vão lembrar data Próximo Texto: Zimbábue conta votos no escuro em disputa apertada Índice |
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