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Annan cobra uma definição do papel da ONU depois da guerra
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O secretário-geral da ONU, Kofi
Annan, disse ontem que a organização recusou um convite dos
EUA para um encontro anteontem promovido com líderes locais
iraquianos porque o papel das
Nações Unidas na reconstrução
do país ainda está indefinido e deve ser estabelecido pelo Conselho
de Segurança.
"Isso é porque as discussões no
Conselho ainda estão acontecendo. Esperamos ter uma idéia mais
clara do papel da ONU", disse Annan. Diante das discussões internas, ele mostra que ainda almeja
uma posição de mais destaque
para a entidade que comanda. "A
idéia de estabelecer um governo
iraquiano é um processo. Estamos numa fase inicial. Assim que
avançarmos, espero que haja um
entendimento para permitir à
ONU ter um papel efetivo."
Os EUA querem um papel menor para a ONU no Iraque do pós-guerra, ao contrário de França,
Rússia e China.
Formalmente, a ONU não sabe
ainda qual será seu papel no Iraque. Na vida real, porém, suas diversas agências recolhem dinheiro para as crianças iraquianas,
distribuem kits escolares, rastreiam obras de arte roubadas,
monitoram a colheita agrícola e
controlam o fluxo de antigos refugiados que agora podem voltar.
Exemplo disso é a campanha de
arrecadação de doações aberta
nos EUA pelo braço americano
do Unicef (Fundo das Nações
Unidas para a Infância). Em sua
propaganda, a entidade argumenta: "Não importam os motivos que qualquer pessoa teve para
ir ao Iraque ou as razões para sair
agora, o Unicef tem apenas um
motivo para ficar: temos uma tremenda oportunidade para construir um futuro melhor para uma
geração de crianças iraquianas.
Elas precisam de nossa ajuda. E
nós precisamos da de vocês".
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