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EUA anunciam retirada de tropas da Arábia Saudita
DA REDAÇÃO
Os EUA anunciaram ontem
que vão concluir suas operações
militares na Arábia Saudita e retirar praticamente todas as suas
forças do país. Em comunicado
conjunto, a Arábia Saudita disse
que acertou a medida com Washington e desmentiu a versão de
que teria pedido a retirada.
A presença de tropas norte-americanas na Arábia Saudita gerou ressentimento entre árabes
em função de sua proximidade
dos mais sagrados locais islâmicos. Era um grande motivo de insatisfação, explorado pelo terrorista saudita Osama bin Laden e
sua rede Al Qaeda, responsáveis
pelos ataques de 11 de setembro
de 2001 -15 dos 19 terroristas envolvidos diretamente no sequestro dos aviões eram sauditas.
Os militares americanos na Arábia Saudita, cujo número dobrou
para 10 mil durante a guerra no
Iraque, já tinham começado a retirar-se de uma base aérea usada
por aviões americanos para controlar o espaço aéreo no sul do
Iraque. Segundo militares americanos, as operações estão sendo
transferidas da base aérea Príncipe Sultan para o vizinho Qatar,
onde os EUA estabeleceram outro
centro de operações aéreas.
O anúncio da retirada, feito durante uma viagem do secretário
da Defesa, Donald Rumsfeld, pelo
golfo Pérsico se seguiu à recusa
saudita de permitir que cerca de
cem aviões americanos partissem
do país para atacar o Iraque.
"Com o fim da operação de vigilância do Iraque, não há necessidade de os aviões permanecerem", disse o ministro saudita da
Defesa, príncipe Sultan bin Abdul
Aziz, em entrevista coletiva conjunta com Rumsfeld. "Mas isso
não significa que tenhamos pedido que fossem embora."
Rumsfeld disse que a "libertação do Iraque" mudou a situação
no Golfo e permitiu que Washington reduza suas forças na região. "A relação entre nossos dois
países tem várias dimensões
-não é apenas militar, mas também diplomática e econômica."
Analistas disseram que a retirada americana tem implicações
políticas profundas. A iniciativa
coloca um ponto final numa relação que data de 1991, quando
Washington usou a Arábia Saudita como plataforma de lançamento da Guerra do Golfo, para expulsar as tropas iraquianas do Kuait.
A presença de tropas ocidentais
perto das cidades sagradas de Meca e Medina irritava muitos sauditas. Expulsar as tropas virou o grito de guerra de Bin Laden.
"Há vantagens políticas para
ambas as partes. Os EUA terão
maior liberdade de ação, os sauditas se sentirão mais à vontade -e
nenhum dos dois lados precisará
mencionar que a retirada americana era a exigência-chave de
Osama bin Laden", disse Tim
Garden, analista de segurança do
Instituto Real de Assuntos Internacionais, do Reino Unido.
"[A retirada] é muito significativa. Ela reduz a dependência americana da Arábia Saudita e abre a
possibilidade de o Iraque se tornar a base americana favorita na
região. A necessidade do território e do petróleo sauditas diminuiu. Acho que a segunda mensagem é: "Nós, americanos, vamos
nos retirar um pouco da Arábia
Saudita e deixar que os sauditas
resolvam seus problemas internos eles mesmos", disse o analista de defesa Paul Beaver.
Um pequeno grupo de técnicos
americanos ficará no país para
treinar soldados sauditas.
Com agências internacionais
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