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Iraquianos deverão patrulhar Fallujah
DA REDAÇÃO
No terceiro dia de ataques contra Fallujah, os fuzileiros navais
americanos fecharam um "acordo preliminar" para deixar a cidade sunita a oeste de Bagdá que se
tornou o maior foco de tensão da
ocupação iraquiana. A negociação pode pôr fim a quase um mês
de impasse entre ocupantes e insurgentes, embora já ontem tenha
ocorrido novos embates.
As primeiras informações divulgadas pelo Pentágono davam
conta de que o acordo era definitivo, mas depois os militares em Fallujah o definiram como "preliminar" e disseram que ainda havia
"pontos a serem trabalhados". Segundo um porta-voz do Pentágono, a deposição das armas pelos
insurgentes -estimados em até
2.000 homens- ainda é a meta.
A novidade é a criação do Exército de Proteção de Fallujah, uma
força composta por cerca de 1.100
iraquianos "com experiência militar" que substituirá os marines
na segurança da cidade. A tropa
será comandada por um general
do antigo Exército iraquiano,
identificado pelos EUA apenas
como "general Salah", e pode incluir até mesmo homens que lutaram ao lado da insurgência, especialmente mercenários e ex-soldados.
"O EPF terá vantagens que não
temos: eles são iraquianos e locais, logo, conhecerão a população e o terreno", disse o coronel
Brennan Byrne porta-voz dos
marines. Se o EPF tiver sucesso, os
marines poderão entra na cidade
para patrulhas conjuntas.
O movimento representa um
recuo no tom dos americanos,
que no fim da semana passada
ameaçaram invadir a cidade e
"extirpar" os insurgentes que nela
se abrigam. Desde terça-feira,
quando chegou ao fim um ultimato para a deposição de armas,
os EUA vêm lançando ataques aéreos e terrestres na cidade.
Washington está sob grande
pressão internacional para encontrar uma saída pacífica para o
impasse, sob pena de ter seu plano de transição para o Iraque prejudicado e o apoio internacional
ainda mais reduzido.
Anteontem, o secretário-geral
da ONU, Kofi Annan, fez uma advertência contra o impacto que as
operações em Fallujah -e as
eventuais mortes de civis- teriam sobre a transição, a qual vem
arbitrando a pedido dos EUA. A
chancela da ONU é considerada
essencial por muitos dos países
juntos aos quais os EUA buscam
apoio para sua política no Iraque.
Os marines cercaram Fallujah
no início de abril, após a morte de
quatro civis americanos e a violação de seus cadáveres. Daí seguiram-se confrontos, quais morreram cerca de 600 iraquianos, e depois duas semanas de negociação
durante as quais vigorou um frágil cessar-fogo, interrompido pelos ataques de terça-feira.
As operações terrestres foram
repetidas ontem, com novos tiroteios e explosões sobretudo no
bairro de Jolã, onde ambulâncias
mal conseguiam se movimentar.
Ao menos quatro civis morreram,
segundo a agência Reuters.
Os insurgentes e os fuzileiros
navais chegaram a se confrontar
em alguns pontos da cidade, e, segundo moradores, ao menos duas
casas pegaram fogo. Mais três
bombas de 250 kg foram jogadas
sobre a cidade, informou o porta-voz dos marines, Danny Hernandez.
Numa aparente tentativa de
avançar nas negociações, as tropas dos EUA libertaram o imã da
principal mesquita da cidade, xeque Jamal Shaker Nazzal, preso
desde outubro.
Com agências internacionais
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