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Ataque a facadas em escola fere ao menos 29 crianças na China
Atentado, que deixou duas das vítimas em estado grave, é 2º do tipo em dois dias e o 4º em menos de 40 dias no país
Segurança e dois professores também são feridos; onda é atribuída às tensões sociais decorrentes do rápido ritmo do desenvolvimento chinês
DA REDAÇÃO
Ao menos 29 crianças e três
adultos ficaram feridos ontem
na cidade chinesa de Taixing (a
sudeste de Pequim) quando um
homem de 47 anos e aparentemente com problemas mentais
entrou num jardim de infância
portando uma faca de 20 centímetros e, sem motivo conhecido, os atacou. Duas das crianças
estavam até ontem à noite em
estado grave, porém estável.
O ataque foi o segundo do tipo em dois dias na China e o
quarto em pouco mais de um
mês, motivando debate sobre
as possíveis razões. Para analistas, a onda de eventos similares
está ligada a tensões sociais decorrentes do acelerado desenvolvimento -e o aumento das
desigualdades- do país.
Segundo relatos, pessoas que
passavam, por volta das 9h30
(local), em frente ao jardim de
infância ouviram gritos e acorreram as vítimas.
"É muito horrível para imaginar. Vi sangue por toda a parte e
crianças sangrando na cabeça",
disse Hu Tao à agência Associated Press. "Algumas delas não
conseguiam abrir os seus olhos
por causa do sangue", afirmou.
As crianças atacadas tinham
na maioria até quatro anos de
idade. Dos adultos feridos, dois
eram professores da escola, e o
terceiro, um segurança do local
que tentou conter o agressor.
A agência oficial chinesa Xinhua identificou o autor do ataque como Xu Yuyuan, um desempregado de 47 anos de idade. Ele só foi contido após ser
atingido com um extintor de
incêndio por uma das pessoas
que participavam do socorro.
Anteontem, um outro homem invadira uma escola primária na cidade de Leizhou
(sul) e atacado estudantes com
uma faca. Ao menos 18 ficaram
feridos, além de um professor.
Poucas horas antes, o autor
de uma agressão similar, contra
crianças que presenciavam a
aula ocorrida no mês passado
em Nanping (também no sul),
foi executado. Na ocasião, oito
dos alvos do ataque morreram.
No dia 12 deste mês, um estudante de ensino médio e um
professor foram mortos em circunstâncias parecidas em Xizhen (sul). Em 2004, a China já
havia presenciado série de cinco atentados a faca num intervalo de dois meses -três ocorridos na próspera costa leste.
Possíveis causas
Embora nenhum dos ataques
recentes tenha tido sua motivação conhecida, especialistas
chineses apontavam ontem algumas das possíveis causas da
onda de agressões em escolas.
Uma delas seria justamente a
divulgação dos incidentes pela
mídia local, motivando a reprodução dos ataques por pessoas
propensas a cometer o crime.
Mas, para a maioria dos analistas, a raiz da onda de violência reside em problemas sociais
e na crescente desigualdade decorrente do ritmo acelerado de
desenvolvimento por que passa
a China. Seria um indício disso
a ocorrência dos ataques em cidades de intensa industrialização, sobretudo no sul-sudeste.
Outro fator apontado é o limitado apoio provido pelo Estado a estimados 173 milhões
de adultos chineses que convivem com algum problema
mental. Do total, só 90% possuem acompanhamento profissional tido como adequado.
Com agências internacionais
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