|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ORIENTE MÉDIO
Decisão, anunciada após reunião de Sharon e Mazen, visa transferir segurança dessas áreas para os palestinos
Israel pode sair de cidades na Cisjordânia
DA REDAÇÃO
O premiê de Israel, Ariel Sharon, deve ordenar a retirada do
Exército israelense dos centros
das cidades palestinas na Cisjordânia e de partes da faixa de Gaza.
O objetivo seria repassar gradualmente o controle da segurança
dessas áreas para os palestinos.
A decisão foi anunciada pelo gabinete de Sharon, segundo o diário "Haaretz", após reunião do
premiê com seu colega palestino,
Abu Mazen, em Jerusalém. Os
dois classificaram o encontro, de
três horas, como positivo.
A reunião faz parte do novo plano de paz proposto em conjunto
por EUA, União Européia, ONU e
Rússia. Na quarta-feira, Sharon e
Mazen participarão de cúpula em
Aqaba (Jordânia) com o presidente dos EUA, George W. Bush,
"desde que haja condições de segurança", segundo a Casa Branca.
Não foi divulgada a data para a
retirada israelense das cidades palestinas na Cisjordânia.
O premiê palestino teria como
tarefa desarmar e desmantelar os
grupos terroristas, confiscando
armas e prendendo militantes, o
que, para muitos analistas, pode
gerar uma guerra civil palestina.
Além da saída dos centros das
cidades palestinas, Israel deve tomar outras medidas para a retomada da confiança, segundo afirmou Sharon a Mazen ontem. Prisioneiros palestinos devem ser libertados, e um número maior de
trabalhadores deve receber autorização para entrar em Israel.
Essas medidas israelenses fazem parte da primeira fase do novo plano de paz, que prevê a criação de um Estado palestino em
2005. Os palestinos têm como
obrigação na atual etapa o combate ao terrorismo, enquanto Israel deve ainda congelar sua colonização dos territórios palestinos
ocupados.
Cessar-fogo
Os palestinos afirmaram que estão prontos para assumir a segurança dessas áreas e combater o
terrorismo. Mas antes tentam, segundo o chanceler Nabil Shaath,
negociar um cessar-fogo com os
grupos terroristas.
Mazen disse ontem ao diário israelense "Yedioth Ahronoth" que
o grupo terrorista Hamas estaria
disposto a declarar um cessar-fogo na próxima semana. "O Hamas deve suspender os ataques
dentro da linha verde (Israel) e
nos territórios [Cisjordânia e faixa de Gaza]", afirmou o premiê
palestino.
Porém Raanan Gissin, assessor
de Sharon, disse que o "cessar-fogo não substitui uma ação real para combater a atividade terrorista". Israel exige que os palestinos
desmantelem os grupos terroristas e prendam os seus líderes.
Os EUA deram declaração similar à feita por Israel. O cessar-fogo
precisa ser acompanhado "de um
desarmamento e de um desmantelamento da infra-estrutura terrorista", disse o porta-voz da Casa
Branca, Ari Fleischer.
Membros do Hamas confirmaram ontem que estavam estudando a proposta de Mazen. "Se Mazen obtiver sucesso na conquista
de nossos objetivos nacionais, o
Hamas irá discutir o tema cessar-fogo", afirmou Mahmoud Zhar,
um dos líderes do grupo.
O grupo terrorista Brigadas dos
Mártires de Al Aqsa, por sua vez,
descartou uma trégua nos ataques. "Para o inferno com o plano
de paz e qualquer cessar-fogo até
que os direitos dos palestinos sejam restaurados incondicionalmente", disse o grupo -ligado ao
Fatah (partido de Iasser Arafat e
de Mazen)- em comunicado.
Até agora nenhum cessar-fogo
dos grupos terroristas palestinos
foi realmente implementado. Em
diversas ocasiões, esses grupos
admitiram suspender os ataques
em Israel. Mas sempre deixaram
claro que ataques contra militares
israelenses e colonos judeus não
seriam suspensos.
Os EUA congelaram ontem os
ativos da principal organização de
arrecadação de fundos para o Hamas. O Tesouro americano classificou a Fundação Al Aqsa como
uma "entidade terrorista global"
ao bloquear todos os bens do grupo nos EUA.
Com agências internacionais
Texto Anterior: "Vive la France", diz presidente a diário francês Próximo Texto: Agora é a vez de os palestinos agirem, diz chanceler Índice
|