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AMÉRICA LATINA
Outras 57 pessoas ficaram feridas em choques com a polícia, no segundo dia de estado de emergência
Estudante é morto em confronto no Peru
DA REDAÇÃO
Um estudante morreu e outras
57 pessoas ficaram feridas em Puno (1.200 km a sudeste de Lima),
no segundo dia do estado de
emergência no Peru, decretado
pelo presidente Alejandro Toledo
para conter a recente onda de greves e protestos no país. Os números foram fornecidos pelo Ministério da Defesa. Apesar de proibidas, houve manifestações ontem em diversas cidades do país.
O estudante Edy Quilca Cruz foi
morto após ser baleado no abdômen. Pelo menos mais um estudante ferido à bala está internado em estado grave. Ao todo, 46 manifestantes e 13 policiais ficaram
feridos. Cinco pessoas foram presas, segundo os números oficiais.
Em entrevistas a emissoras de
rádio de Lima, estudantes relataram que o conflito ocorreu na
Universidade do Altiplano de Puno. Segundo eles, policiais e soldados disparam contra estudantes concentrados no local.
Depois do confronto, centenas
de estudantes marcharam até a
praça principal de Puno, que estava sob forte proteção policial.
Outro grupo de estudantes se
reuniu em frente ao hospital para
onde os feridos foram levados. Os
universitários gritaram palavras
de ordem contra as forças policiais e de apoio às greves de professores e de funcionários do Judiciário.
Pelo menos outras sete cidades
em todo o país tiveram manifestações em desafio ao estado de
emergência, que proíbe demonstrações públicas por 30 dias.
Em Lima (capital), a polícia
usou bombas de gás para reprimir uma concentração de trabalhadores do Judiciário, em greve
desde a semana passada.
O premiê Luis Solari (espécie de
superministro indicado pelo presidente) disse ontem que os protestos "demonstram que existia a intenção de uma escalada da violência". A declaração foi feita após reunião de emergência com o
Conselho Ministerial.
Olmedo Auris, dirigente do Sindicato Único dos Trabalhadores
em Educação, reafirmou ontem
que a greve será mantida e convocou os professores, que exigem
um aumento salarial, a realizarem
"marchas-relâmpago".
Acuado pelos protestos, o governo anunciou que fará uma
compra emergencial de granadas
e bombas de gás lacrimogênio.
Montesinos e Fujimori
Ex-chefe da inteligência do Peru
e homem forte durante o governo
de Alberto Fujimori nos anos 90,
Vladimiro Montesinos, 58, foi
condenado pela terceira vez ontem. Agora, ele recebeu pena de
oito anos de prisão por desvio de
dinheiro público.
Montesinos, que está preso desde que foi extraditado da Venezuela, em junho de 2001, ainda deverá enfrentar cerca de de 70 julgamentos. Ele é acusado de tráfico
de drogas, de contrabando de armas e de liderar um esquadrão da
morte, entre outros delitos.
Ontem, Fujimori divulgou uma
nota confirmando ter sido interrogado por promotores japoneses. O ex-presidente, no entanto, afirma que o motivo foi a invasão
da Embaixada do Japão em Lima, entre 1996 e 1997.
Um jornal japonês havia publicado que o ex-presidente tinha sido interrogado por causa de dois massacres realizados por um esquadrão da morte, nos anos 90.
Com agências internacionais
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