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São Paulo, sexta-feira, 30 de maio de 2003

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AMÉRICA LATINA

Outras 57 pessoas ficaram feridas em choques com a polícia, no segundo dia de estado de emergência

Estudante é morto em confronto no Peru

DA REDAÇÃO

Um estudante morreu e outras 57 pessoas ficaram feridas em Puno (1.200 km a sudeste de Lima), no segundo dia do estado de emergência no Peru, decretado pelo presidente Alejandro Toledo para conter a recente onda de greves e protestos no país. Os números foram fornecidos pelo Ministério da Defesa. Apesar de proibidas, houve manifestações ontem em diversas cidades do país.
O estudante Edy Quilca Cruz foi morto após ser baleado no abdômen. Pelo menos mais um estudante ferido à bala está internado em estado grave. Ao todo, 46 manifestantes e 13 policiais ficaram feridos. Cinco pessoas foram presas, segundo os números oficiais.
Em entrevistas a emissoras de rádio de Lima, estudantes relataram que o conflito ocorreu na Universidade do Altiplano de Puno. Segundo eles, policiais e soldados disparam contra estudantes concentrados no local.
Depois do confronto, centenas de estudantes marcharam até a praça principal de Puno, que estava sob forte proteção policial.
Outro grupo de estudantes se reuniu em frente ao hospital para onde os feridos foram levados. Os universitários gritaram palavras de ordem contra as forças policiais e de apoio às greves de professores e de funcionários do Judiciário.
Pelo menos outras sete cidades em todo o país tiveram manifestações em desafio ao estado de emergência, que proíbe demonstrações públicas por 30 dias.
Em Lima (capital), a polícia usou bombas de gás para reprimir uma concentração de trabalhadores do Judiciário, em greve desde a semana passada.
O premiê Luis Solari (espécie de superministro indicado pelo presidente) disse ontem que os protestos "demonstram que existia a intenção de uma escalada da violência". A declaração foi feita após reunião de emergência com o Conselho Ministerial.
Olmedo Auris, dirigente do Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação, reafirmou ontem que a greve será mantida e convocou os professores, que exigem um aumento salarial, a realizarem "marchas-relâmpago".
Acuado pelos protestos, o governo anunciou que fará uma compra emergencial de granadas e bombas de gás lacrimogênio.

Montesinos e Fujimori
Ex-chefe da inteligência do Peru e homem forte durante o governo de Alberto Fujimori nos anos 90, Vladimiro Montesinos, 58, foi condenado pela terceira vez ontem. Agora, ele recebeu pena de oito anos de prisão por desvio de dinheiro público.
Montesinos, que está preso desde que foi extraditado da Venezuela, em junho de 2001, ainda deverá enfrentar cerca de de 70 julgamentos. Ele é acusado de tráfico de drogas, de contrabando de armas e de liderar um esquadrão da morte, entre outros delitos.
Ontem, Fujimori divulgou uma nota confirmando ter sido interrogado por promotores japoneses. O ex-presidente, no entanto, afirma que o motivo foi a invasão da Embaixada do Japão em Lima, entre 1996 e 1997.
Um jornal japonês havia publicado que o ex-presidente tinha sido interrogado por causa de dois massacres realizados por um esquadrão da morte, nos anos 90.


Com agências internacionais


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