São Paulo, quarta-feira, 30 de maio de 2007

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Dirigente da UE faz crítica contundente

CLÓVIS ROSSI
ENVIADO ESPECIAL A BRUXELAS

O presidente da Comissão Européia, o português José Manuel Durão Barroso, criticou ontem duramente a decisão do presidente Hugo Chávez de cassar a concessão do canal RCTV, considerando-a "um passo atrás" que caracteriza o que batizou de "semidemocracia".
A crítica foi feita durante conversa entre Durão Barroso e um grupo de jornalistas brasileiros e portugueses para divulgar o projeto de parceria estratégica entre a União Européia e o Brasil.
O presidente da Comissão disse que a Europa repudia recorrer a "semidemocracias ou, em alguns casos, à ditadura", como resposta ao fato de que "o capitalismo ultraliberal não deu os resultados esperados". Nesse contexto, classificou de "completamente decepcionante" a decisão do governo venezuelano. "Quando se reduz o pluralismo da comunicação social, é um passo atrás, é um passo no mau caminho, e põe em questão a institucionalidade", disparou.
Afirmou ainda que a Venezuela se trata de "uma sociedade extremamente sofisticada, no bom sentido, com uma vida cultural intensa e muito plural". Por isso mesmo, lamentou o que chamou de "decisão arbitrária" e ainda cobrou que "os democratas não fiquem conformados com uma notícia como essa".
Durão Barroso só citou nominalmente a Venezuela entre os "regimes populistas, para não chamar de outra coisa" na América Latina. "Esperemos que não surjam outros casos", limitou-se a desejar o presidente da Comissão.
O português é a autoridade mais graduada a criticar, até agora, a cassação da RCTV. Antes, o Parlamento Europeu também votara uma moção de condenação, mas por apenas 43 votos entre 784 deputados, que Chávez ironizou.


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