São Paulo, quarta-feira, 30 de junho de 2004

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Insurgência faz Pentágono convocar 5.000 reservistas

DA ASSOCIATED PRESS

Sentindo o peso das suas operações no Iraque e Afeganistão, o Exército americano vai convocar de volta à ativa cerca de 5.600 pessoas que deixaram o serviço militar recentemente e ainda têm obrigações como reservistas.
Em um novo indício da pressão que a insurgência no Iraque vem exercendo sobre as Forças Armadas, autoridades do Exército anunciaram ontem que as convocações de não-voluntários irão de julho a dezembro. É a primeira vez que esse tipo de reservista é usado de maneira significativa desde a Guerra do Golfo (1991).
Diferentemente dos integrantes da Guarda Nacional e da Reserva Nacional, os reservistas da chamada Reserva Individual não passam por treinamento regular. O Exército está convocando reservistas que deixaram o serviço militar ativo recentemente, com qualificações mais atualizadas.
""Isso era inevitável quando ficou claro que teríamos que manter forças de combate significativas no Iraque por um período de anos", disse Dan Goure, analista militar do Instituto Lexington.
O Exército está procurando reservistas que possuam qualificações em falta, como especialistas médicos, policiais militares, engenheiros, especialistas em transportes e em logística. Os selecionados receberão um aviso prévio com prazo de pelo menos 30 dias para se apresentarem.
A escassez de mão-de-obra no Exército é tão grande que, em abril, foi quebrada a promessa feita a algumas unidades da ativa de que não teriam que servir mais de um ano no Iraque. Além disso, o Exército estendeu o tempo de serviço de outras unidades, incluindo algumas no Afeganistão. ""Isso é reflexo do fato de que o contingente militar americano em serviço ativo é pequeno demais para os desafios que enfrentamos", ponderou Dan Goure.
A não ser que consigam isenção com base em restrições médicas ou outras, os reconvocados serão encaminhados a unidades da Reserva do Exército e da Guarda Nacional que foram ou serão em breve mobilizados para o Iraque ou o Afeganistão.
O Pentágono esperava reduzir as tropas americanas no Iraque para cerca de 105 mil militares nesta época, mas, em função da resistência cada vez mais eficiente e mortífera, esse número subiu para cerca de 140 mil militares. Oficiais militares disseram que pode ser preciso manter esse nível por pelo menos mais um ou dois anos, e esse contingente não pode ser mantido unicamente com a força ativa.
Pelo menos um terço da força norte-americana no Iraque é composta de reservistas, e, este mês, quase metade de todos os militares mortos em combate foram reservistas.


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