São Paulo, sábado, 30 de junho de 2007

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"Belarus é irmã na luta contra os EUA", diz Chávez

Venezuelano sugere que governará por mais 20 anos

DA REDAÇÃO

O presidente venezuelano, Hugo Chávez, felicitou ontem o colega Alexander Lukashenko por seu governo na Belarus -país com várias condenações internacionais por violar os direitos humanos- e conclamou Minsk a fazer uma "aliança estratégica" com Caracas para enfrentar os EUA.
"A solidariedade com Belarus é parte de nossa própria dignidade, porque poucos povos têm sido tão agredidos pelo império [EUA]. Estamos profundamente irmanados nesta luta", disse o venezuelano, na segunda parada de sua turnê internacional, que já passou pela Rússia e ainda incluirá o Irã.
É a segunda visita de Chávez a Minsk em menos de um ano. "Em apenas um ano, quantos projetos avançaram!" E completou: "Se já conseguimos isso, o que não conseguiremos nos 20 anos que nos restam no governo, ou meio século mais?", disse, provocando risos. "Não assuste os americanos", devolveu o bielorrusso.
Lukashenko está no poder desde 1994 e países ocidentais o acusam de reprimir os oponentes políticos, de fechar veículos de imprensa críticos e fraudar eleições, incluindo a do ano passado, quando foi eleito para o terceiro mandato.
O venezuelano está no poder desde 1999 e planeja retirar da Constituição a limitação para o número de reeleições para presidente e outros cargos.
Chávez afirmou que os EUA chamam Belarus e Venezuela de ditaduras, mas que George W. Bush quer impor sua ditadura ao mundo.
A parceria entre Caracas e Misnk inclui projetos militares e energéticos -Belarus participa do processo de certificação das reservas na faixa do Orinoco, rica em petróleo ultrapesado. Um objetivo de Lukashenko é diversificar fontes de energia, para diminuir a dependência da Rússia.
Chávez deixou o país governado por Vladimir Putin na manhã de ontem, depois de tentar emplacar discursos sobre a aliança com o Kremlin contra os EUA -o governo russo preferiu enfatizar o aspecto econômico da visita.
Ontem, o monopólio russo de venda de armas confirmou que Chávez negocia a compra de cinco submarinos tipo 636, a diesel, com capacidade para lançar mísseis a alvos em distâncias de até 220 km. Não foi revelado o valor das peças.
A confirmação da negociação ocorreu na véspera da viagem de Putin aos EUA, país contrário à venda de armas à Venezuela. Ontem, o porta-voz do Kremlin, Dimitri Peskov, afirmou que Chávez não será tema da conversa do presidente russo com Bush amanhã. "Temos nossa própria relação bilateral. Assim como não podemos interferir nas relações bilaterais deles [dos EUA], estamos seguros de que não haverá problemas na próxima reunião."


Com agências internacionais


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