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"Belarus é irmã na luta contra os EUA", diz Chávez
Venezuelano sugere que governará por mais 20 anos
DA REDAÇÃO
O presidente venezuelano,
Hugo Chávez, felicitou ontem o
colega Alexander Lukashenko
por seu governo na Belarus
-país com várias condenações
internacionais por violar os direitos humanos- e conclamou
Minsk a fazer uma "aliança estratégica" com Caracas para
enfrentar os EUA.
"A solidariedade com Belarus é parte de nossa própria
dignidade, porque poucos povos têm sido tão agredidos pelo
império [EUA]. Estamos profundamente irmanados nesta
luta", disse o venezuelano, na
segunda parada de sua turnê
internacional, que já passou pela Rússia e ainda incluirá o Irã.
É a segunda visita de Chávez
a Minsk em menos de um ano.
"Em apenas um ano, quantos
projetos avançaram!" E completou: "Se já conseguimos isso,
o que não conseguiremos nos
20 anos que nos restam no governo, ou meio século mais?",
disse, provocando risos. "Não
assuste os americanos", devolveu o bielorrusso.
Lukashenko está no poder
desde 1994 e países ocidentais
o acusam de reprimir os oponentes políticos, de fechar veículos de imprensa críticos e
fraudar eleições, incluindo a do
ano passado, quando foi eleito
para o terceiro mandato.
O venezuelano está no poder
desde 1999 e planeja retirar da
Constituição a limitação para o
número de reeleições para presidente e outros cargos.
Chávez afirmou que os EUA
chamam Belarus e Venezuela
de ditaduras, mas que George
W. Bush quer impor sua ditadura ao mundo.
A parceria entre Caracas e
Misnk inclui projetos militares
e energéticos -Belarus participa do processo de certificação
das reservas na faixa do Orinoco, rica em petróleo ultrapesado. Um objetivo de Lukashenko é diversificar fontes de energia, para diminuir a dependência da Rússia.
Chávez deixou o país governado por Vladimir Putin na
manhã de ontem, depois de
tentar emplacar discursos sobre a aliança com o Kremlin
contra os EUA -o governo russo preferiu enfatizar o aspecto
econômico da visita.
Ontem, o monopólio russo
de venda de armas confirmou
que Chávez negocia a compra
de cinco submarinos tipo 636, a
diesel, com capacidade para
lançar mísseis a alvos em distâncias de até 220 km. Não foi
revelado o valor das peças.
A confirmação da negociação
ocorreu na véspera da viagem
de Putin aos EUA, país contrário à venda de armas à Venezuela. Ontem, o porta-voz do
Kremlin, Dimitri Peskov, afirmou que Chávez não será tema
da conversa do presidente russo com Bush amanhã. "Temos
nossa própria relação bilateral.
Assim como não podemos interferir nas relações bilaterais
deles [dos EUA], estamos seguros de que não haverá problemas na próxima reunião."
Com agências internacionais
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