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ALEMANHA
Católicos anunciam compensação de US$ 2,3 milhões para os que foram submetidos a trabalho forçado
Igreja indeniza trabalhador forçado na 2ª
Guerra
DAS AGÊNCIAS INTERNACIONAIS
A Igreja Católica da Alemanha
anunciou ontem que pretende indenizar vítimas do nazismo forçadas a trabalhar em instituições ligadas a ela.
O bispo Karl Lehmann, líder
dos cerca de 27 milhões de católicos da Alemanha, anunciou que a
igreja vai pagar 5 milhões de marcos (US$ 2,3 milhões) aos que foram submetidos a trabalho forçado, mais 5 milhões de marcos para "promover esforços de reconciliação" no Leste Europeu e combater a intolerância.
Otto Lambsdorff, negociador
alemão que ajudou a estabelecer,
após 18 meses de negociações, um
fundo central de compensação
para as vítimas do Holocausto,
criticou a decisão católica de não
contribuir para o fundo. "Não sei
se (a indenização) será muito útil,
pois não vai chegar aos sobreviventes", disse.
A Igreja Protestante da Alemanha anunciou, no mês passado,
que iria pagar 10 milhões de marcos (US$ 4,6 milhões) ao fundo
apoiado pelo governo.
"Sem culpa"
Ao contrário dos protestantes,
Lehmann não disse que a Igreja
Católica teria se envolvido com o
regime nazista. "Não usaria a palavra culpa, mas falaria mais de
uma responsabilidade coletiva."
Os católicos alemães admitiram, no mês passado, que algumas paróquias se utilizaram de
trabalho forçado para tarefas como abrir covas.
Segundo Lehmann, a organização católica Caritas vai tentar encontrar as vítimas do nazismo para oferecer-lhes a indenização
prometida ontem.
"Vamos fazer o que pudermos
para encontrar essas pessoas",
disse o bispo alemão. "Mas estamos céticos em relação ao que vamos conseguir fazer."
Segundo Lehmann, a Igreja Católica empregou uma "pequena
porção" dos estrangeiros forçados a trabalhar na Alemanha durante a Segunda Guerra (1939-1945). Os católicos alemães reconheceram que pelo menos 30 pessoas foram submetidas a trabalho
forçado.
Michael Witti, advogado que representa judeus vítimas do nazismo, criticou a Igreja Católica.
"Pessoas que levam meses para
tomar uma decisão e ignoram o
sistema legal não têm credibilidade", disse.
Em maio, a igreja ordenou que
as organizações católicas da Alemanha pesquisassem seus arquivos e verificassem se fizeram uso
de trabalho forçado, passando
seus dados para a Conferência
dos Bispos.
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