São Paulo, quarta-feira, 30 de agosto de 2000


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TRAGÉDIA NO ÁRTICO

Ogiva de torpedo teria sido detonada
Submarino espião dos EUA gravou explosões no Kursk, dizem oficiais

STEVEN LEE MYERS
CHRISTOPHER DREW
DO "THE NEW YORK TIMES"

Seis dias depois do acidente do Kursk, outro submarino atracou sem alarde num porto da Noruega, levando alguns dos sinais mais detalhados disponíveis até agora do motivo pelo qual o submarino russo afundou no mar de Barents.
O outro submarino era o Memphis, que estava espionando o maior exercício naval russo em anos quando ocorreu o desastre, em 12 de agosto.
Quando o Memphis aportou na Noruega, autoridades russas já haviam dito que a causa provável do afundamento do Kursk tinha sido uma colisão com um submarino estrangeiro ou uma mina da 2ª Guerra. A Rússia chegou a divulgar que um submarino danificado tinha chegado ao porto.
O Pentágono afirma que a causa mais provável do afundamento do Kursk foi um disparo acidental de um de seus próprios torpedos, descartando a tese de colisão, especialmente com o Memphis.
Na Noruega, o Memphis descarregou fitas de sonar e outras gravações que, segundo os norte-americanos, captaram duas explosões que afundaram o Kursk, matando as 118 pessoas a bordo.
Embora os norte-americanos já tivessem uma boa idéia do que acontecera ao Kursk desde o primeiro momento, foi apenas depois de o Memphis chegar com suas gravações, em 18 de agosto, que Washington começou a divulgar a teoria do disparo equivocado do torpedo como causa.
"Temos submarinos que ouvem tudo o que acontece", disse um alto oficial em Washington. "Está bastante claro para nós o que realmente aconteceu."
De acordo com a teoria norte-americana, um torpedo impelido por foguete que estava sendo carregado ou lançado como parte de um exercício disparou na hora errada, provocando a explosão de seu motor ou de seu combustível.
Sempre segundo essa teoria, depois de 2 minutos e 15 segundos, uma explosão da ogiva do torpedo abriu um rombo na proa.
Quando o Kursk afundou, o governo dos EUA tomou conhecimento do acidente em questão de horas. Os navios norte-americanos não haviam detectado nenhum som de colisão.


Tradução de Clara Allain


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