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São Paulo, sábado, 30 de agosto de 2003

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TERROR

Conversas entre policiais e pessoas presas dentro das torres gêmeas revelam drama após o ataque e antes do desabamento

Diálogos mostram horror do 11 de Setembro

DO "NEW YORK TIMES"

A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, que construiu e administrava o World Trade Center, divulgou anteontem as transcrições de transmissões de rádio e de conversas de telefone gravadas imediatamente após o ataque terrorista de 11 de setembro de 2001.
As transcrições, junto com relatos por escrito de funcionários da Autoridade Portuária, somam cerca de 2.000 páginas e cobrem mais de três horas de conversas gravadas, a maioria com vozes de funcionários da agência -sobretudo policiais-, trabalhadores de resgate e pessoas presas dentro das torres. As conversas tornaram-se públicas por determinação de um juiz da Suprema Corte de Nova Jersey, que na semana passada decidiu que a Autoridade Portuária deve obedecer a um acordo assinado em julho para pôr fim a um ação judicial do "New York Times".
O jornal argumentou no processo que os registros eram públicos e poderiam dar informações importantes sobre os eventos do 11 de Setembro, inclusive a forma como as operações de emergência foram realizadas. A Autoridade Portuária inicialmente concordou em entregar as gravações, mas em seguida recuou, alegando preocupações com a privacidade e com o impacto emocional nas famílias das vítimas. A Autoridade Portuária perdeu 84 funcionários, inclusive 37 policiais.
As famílias das vítimas se dividiram sobre a divulgação. Algumas caracterizaram a medida como uma dolorosa e inútil intromissão na privacidade daqueles que morreram e de seus parentes. Outros receberam bem a oportunidade de saber mais sobre o que acontecera a seus familiares.

Mártires
A divulgação das gravações da Autoridade Portuária revelam detalhes da história de dois funcionários da agência, o arquiteto Frank de Martini e o inspetor de construções Pablo Ortiz. Com alguma ferramentas, os dois tiraram do caminho diversos obstáculos que impediam a saída de pessoas da Torre Norte. Cerca de 50 pessoas presas entre o 88º e 89º andar sobreviveram por causa dos dois, que morreram.
Nada alterará a história geral do 11 de Setembro, mas as gravações incluem novos detalhes daquele dia, inclusive breves comunicações via rádio feitas por Martini.
"Gerente de construção para a base, fique avisada que os elevadores expressos estão à beira de despencar. Vocês entenderam?", perguntou Martini.


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