|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TERROR
Conversas entre policiais e pessoas presas dentro das torres gêmeas revelam drama após o ataque e antes do desabamento
Diálogos mostram horror do 11 de Setembro
DO "NEW YORK TIMES"
A Autoridade Portuária de Nova York e Nova Jersey, que construiu e administrava o World Trade Center, divulgou anteontem as
transcrições de transmissões de
rádio e de conversas de telefone
gravadas imediatamente após o
ataque terrorista de 11 de setembro de 2001.
As transcrições, junto com relatos por escrito de funcionários da
Autoridade Portuária, somam
cerca de 2.000 páginas e cobrem
mais de três horas de conversas
gravadas, a maioria com vozes de
funcionários da agência -sobretudo policiais-, trabalhadores
de resgate e pessoas presas dentro
das torres. As conversas tornaram-se públicas por determinação de um juiz da Suprema Corte
de Nova Jersey, que na semana
passada decidiu que a Autoridade
Portuária deve obedecer a um
acordo assinado em julho para
pôr fim a um ação judicial do
"New York Times".
O jornal argumentou no processo que os registros eram públicos e poderiam dar informações
importantes sobre os eventos do
11 de Setembro, inclusive a forma
como as operações de emergência
foram realizadas. A Autoridade
Portuária inicialmente concordou em entregar as gravações,
mas em seguida recuou, alegando
preocupações com a privacidade
e com o impacto emocional nas
famílias das vítimas. A Autoridade Portuária perdeu 84 funcionários, inclusive 37 policiais.
As famílias das vítimas se dividiram sobre a divulgação. Algumas caracterizaram a medida como uma dolorosa e inútil intromissão na privacidade daqueles
que morreram e de seus parentes.
Outros receberam bem a oportunidade de saber mais sobre o que
acontecera a seus familiares.
Mártires
A divulgação das gravações da
Autoridade Portuária revelam detalhes da história de dois funcionários da agência, o arquiteto
Frank de Martini e o inspetor de
construções Pablo Ortiz. Com alguma ferramentas, os dois tiraram do caminho diversos obstáculos que impediam a saída de
pessoas da Torre Norte. Cerca de
50 pessoas presas entre o 88º e 89º
andar sobreviveram por causa
dos dois, que morreram.
Nada alterará a história geral do
11 de Setembro, mas as gravações
incluem novos detalhes daquele
dia, inclusive breves comunicações via rádio feitas por Martini.
"Gerente de construção para a
base, fique avisada que os elevadores expressos estão à beira de
despencar. Vocês entenderam?",
perguntou Martini.
Texto Anterior: Crime na internet: Jovem é preso por espalhar vírus Próximo Texto: Celebração do 2º ano expõe insatisfação de famílias Índice
|