São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Família de Gaddafi foge para a Argélia

Chancelaria do país vizinho anunciou que três filhos e a mulher do ditador, Safia, atravessaram ontem a fronteira

O caçula dos Gaddafi, Khamis, teria morrido em um combate ao sul de Trípoli, segundo comandante rebelde


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

A mulher e três dos oito filhos do ditador líbio, Muammar Gaddafi, fugiram ontem para a Argélia. A informação é do governo argelino, um dos únicos na região a ainda apoiar o ditador.
A chancelaria do país vizinho disse que Safia, sua segunda esposa, os filhos Aisha, 34, e Hannibal, 35, e o enteado Mohammed, 40, atravessaram a fronteira ontem, com suas famílias.
O comunicado não dá informação sobre o ditador.
Após o anúncio, o Conselho Nacional de Transição disse que pedirá à Argélia que os mande de volta ao país para serem julgados.
Na última sexta-feira, um comboio com seis carros de luxo cruzou a divisa -na ocasião, a Argélia negou que fossem da família de Gaddafi.
Ontem, a Casa Branca disse crer que o ditador ainda esteja na Líbia. Há rumores de que os filhos Saif al Islam, 38, visto como seu sucessor, e Saadi, 37, estão com ele.
Segundo o coronel rebelde Mahdi Al Haragi, encarregado da Brigada de Trípoli, o caçula de Gaddafi, Khamis, 28, foi morto no domingo em um combate na cidade de Tarhuna, a 90km de Trípoli.
Ele ainda teria sido levado a um hospital, mas não resistiu aos ferimentos. Não há informações sobre Mutassim, 36. O regime líbio diz que Saif al Arab, 29, morreu em um ataque da Otan (aliança militar ocidental) em abril.
Khamis já estava sob a mira do Tribunal Penal Internacional. O procurador do TPI, Luis Moreno-Ocampo, disse à Reuters que entraria com um pedido de prisão contra o mais novo dos Gaddafi, que seria responsável pela morte de dezenas de prisioneiros.
O próprio ditador, Saif al Islam e o chefe da inteligência líbia, Abdullah al Senussi, já tiveram sua prisão decretada, por crimes contra a humanidade.
Isso limita as opções de fuga para Gaddafi. A Argélia seria saída, já que o país não é signatário do Estatuto de Roma, do TPI. Portanto, não seria obrigada a entregá-lo.
O único bastião do regime, no entanto, está cada vez mais ameaçado. Sirte tem sido alvo de bombardeios da Otan nos últimos três dias. O cerco dos rebeldes também está mais próximo à cidade.
Ontem, eles reconquistaram a vila de Narwfaliya.
Os rebeldes que compõem a linha de frente estariam, porém, esperando reforços da capital para lançar uma grande ofensiva a Sirte.

FOLHA.com
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