São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011 |
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DIÁRIO DE TRÍPOLI Tiros para o alto, a alegria rebelde, são risco de vida DOS ENVIADOS A TRÍPOLI Uma das marcas do conflito na Líbia é a mania dos rebeldes de atirar para o alto celebrando vitórias. O hábito não é novo nem exclusivo destas bandas. Mas quem já cobriu muita guerra garante que o apreço dos líbios por esse hábito é incomparável. Trípoli continua tendo barulho constante de tiros mesmo que depois de os combates terem cessado. As rajadas aumentam ao anoitecer, quando dezenas de combatentes se reúnem na praça Verde e começam a barulheira. Fuzis e metralhadoras disparam várias balas por segundo. O mais impressionante são os tiros de calibre .50 vindos de enormes metralhadoras antiaéreas. Cada disparo parece uma bomba explodindo. Ecoa nos prédios em volta e aciona alarmes de carros. Impossível conversar ou fazer algo que exija concentração quando se está no meio desta martelada ensurdecedora. O incômodo é o de menos se comparado ao risco físico. Um jornalista holandês diz ter visto um rapaz morrer na praça Verde após levar um tiro no pescoço. E como tudo o que sobe desce, também há estrago causado por balas atraídas pela gravidade. É dado como certo que muitas das pessoas que se dizem feridas por franco-atiradores na verdade foram atingidas por cápsulas de munição em queda livre. (SAMY ADGHIRNI E APU GOMES) Texto Anterior: Família de Gaddafi foge para a Argélia Próximo Texto: Opinião: No Estado imaginado por líderes como Gaddafi e Assad, não basta a sujeição Índice | Comunicar Erros |
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