São Paulo, terça-feira, 30 de agosto de 2011

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Europeus defendem saúde dos bancos

Chefe do FMI cobra socorro urgente das instituições financeiras da União Europeia, mas líderes da região reagem

Para presidente do BCE, teste de resistência já provou que instituições não precisam de ajuda financeira dos governos


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Líderes da União Europeia saíram ontem em defesa dos bancos da região, depois de a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional), Christine Lagarde, cobrar socorro dos governos para as instituições financeiras.
As declarações da francesa Lagarde, que assumiu o FMI no início de julho com apoio dos países da UE, foram feitas no sábado na reunião de política monetária do banco central americano.
Ela disse que os bancos europeus "devem ser recapitalizados com urgência".
O presidente do BCE (Banco Central Europeu), Jean-Claude Trichet, rebateu a cobrança da conterrânea, ao afirmar que os bancos não enfrentam problemas de liquidez e não precisam ser capitalizados. Ou seja, não precisam de ajuda dos governos.
Trichet lembrou que a maioria das instituições financeiras da região foi aprovada em recente teste de resistência a crises e todos os meses passam por controles em seus balanços.
"Não existem problemas de liquidez nem faltam garantias no sistema bancário europeu", revidou Trichet, em audiência sobre a crise no Parlamento europeu.
As garantias às quais Trichet se referia são aquelas que os bancos oferecem quando precisam tomar empréstimos no BCE.
Pelas contas do presidente da instituição, os bancos europeus têm € 14 bilhões (R$ 32 bi) em garantias, o suficiente para assegurar empréstimos até o ano que vem.
O teste de resistência das instituições foi feito em julho, com 90 bancos europeus. É um exercício feito periodicamente para medir a resistência das instituições a crises, quando aumenta a inadimplência dos tomadores de empréstimos e até governos correm o risco de quebrar.
Embora a prova tenha sido considerada pouco rígida, apenas oito bancos foram reprovados - cinco espanhóis, dois gregos e um austríaco.
O comissário europeu de assuntos econômicos, Olli Rehn, usou o mesmo argumento contra a chefe do FMI e lembrou que os bancos que falharam no teste foram convocados a tomar providências em até nove meses.
"Os bancos estão mais capitalizados hoje do que há um ano", disse Rehn, no Parlamento europeu ontem.
Na Grécia, um dos focos de preocupação, o anúncio de uma fusão, fez a Bolsa de Atenas saltar 14,37% e as ações do setor bancário 20%.


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