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Raúl Castro nega democratização em Cuba
Em primeiro discurso sobre política interna, ele pede autocrítica a sindicalistas e que saibam escutar queixas
DA REDAÇÃO
Em seu primeiro grande ato
político interno como líder interino de Cuba, o general Raúl
Castro, irmão do ditador Fidel
Castro, rejeitou os pedidos de
"transição democrática" vindos dos Estados Unidos.
"Dentro da lógica absurda
em que age o presidente Bush,
ele quer uma transição que seria um retorno vergonhoso ao
lixo do capitalismo neocolonial
que foi imposto neste país", discursou, no encerramento do
19º Congresso da Central dos
Trabalhadores de Cuba.
No fim de semana, Raúl, 75,
completa dois meses como
substituto de Fidel, que se recupera de uma cirurgia no intestino. Seu discurso foi recheado de referências ao irmão.
"É a primeira vez desde 1959
que ele não está presente no
congresso do movimento operário", disse. Rául foi o anfitrião
da Cúpula dos Países Não-Alinhados, realizada em Havana
há duas semanas.
No discurso para os dirigentes sindicais, Raúl pediu que
eles se desfizessem da burocracia e dos formalismos, que "eliminem o supérfluo e se concentrem no realmente decisivo".Ele também pediu que os
dirigentes sejam "autocríticos"
e escutem "as queixas do povo,
ainda que não nos agradem o
que eles digam".
Suas palavras se centraram
mais nos problemas do regime
do que nas conquistas, reforçando sua imagem de pragmático. Diante da quantidade de
documentos aprovados pelos
sindicatos, ele falou que seria
"difícil identificar qual é a tarefa principal entre as muitas que
devem ser enfrentadas cotidianamente".
Os Estados Unidos foram alvos de mais críticas. "Basta folhear o Plano Bush para comprovar que o império se propõe
arrebatar ao nosso povo até a
última das conquistas destes
anos de luta. Eles até já nomearam um interventor para cá, como se nada tivesse mudado
desde 1898, quando frustraram
nossa independência."
Na quinta-feira, ele recebeu a
visita do primeiro-ministro
russo, Mikhail Fradkov, a mais
alta autoridade russa a visitar o
país desde a viagem do presidente Vladimir Putin em 2000.
Raúl assinou com o antigo
maior sócio de Cuba até 1990
acordos comerciais e de cooperação.
Com agências internacionais
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