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EUROPA
Texto ainda deverá ser ratificado, o que não será fácil
Líderes políticos assinam primeira Constituição da União Européia
DA REUTERS
Líderes europeus assinaram
ontem, em Roma, a primeira
Constituição da União Européia
numa cerimônia pomposa, mas a
celebração foi ofuscada pelas dúvidas acerca de sua ratificação e
pelo caos político causado pela
oposição do Parlamento Europeu
à composição da nova Comissão
Européia, o Executivo da UE.
Os líderes políticos disseram
que usariam as conversas privadas que ocorreriam após a assinatura do texto para discutir o impasse em torno da nova comissão,
que, por conta da oposição do
Parlamento, não poderá assumir
suas funções em 1º de novembro.
O chanceler (premiê) alemão,
Gerhard Schröder, disse não haver uma crise política e que espera
que uma comissão reformulada
venha a ser aprovada pelo Legislativo em cerca de duas semanas.
A equipe do futuro presidente
da comissão, o ex-premiê português José Manuel Durão Barroso,
terá de sofrer mudanças, já que ao
menos três comissários inicialmente propostos não foram bem
recebidos pelos eurodeputados,
incluindo o italiano Rocco Buttiglione. Este afirmou, recentemente, que o homossexualismo é um
"pecado", causando polêmica.
Roma decidiu ontem apontar outro comissário em seu lugar.
O evento ocorreu no monte Capitoline, no mesmo imóvel renascentista em que os seis fundadores da UE (Alemanha, França, Itália, Bélgica, Holanda e Luxemburgo) assinaram o Tratado de Roma, em março de 1957, lançando
o mais bem-sucedido projeto de
integração européia da história.
"Nunca na história, vimos um
exemplo de nações que, voluntariamente, decidiram exercer seus
poderes soberanos em conjunto
para atender aos interesses de
seus povos, superando velhos impulsos de rivalidade e de desconfiança", afirmou o premiê italiano, Silvio Berlusconi.
Os líderes europeus chegaram a
um acordo sobre o texto constitucional em junho, esperando entrar num período de maior estabilidade. Mas todos os 25 países-membros têm de ratificá-la para
que ela possa entrar em vigor. Segundo analistas, isso não será fácil
porque alguns países, incluindo o
predominantemente "eurocético" Reino Unido, planejam realizar um plebiscito sobre o tema.
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