São Paulo, segunda-feira, 30 de outubro de 2006

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Polícia enfrenta manifestantes no México

Forças federais entraram em Oaxaca, no sul do país, para dispersar protestos contra o governo estadual

Daniel Aguilar/Reuters
Forças federais ocupam entrada da cidade de Oaxaca,
onde uma greve de professores se transformou
em protesto generalizado


DA REDAÇÃO

Forças federais com rifles e escudos protetores e apoiadas por helicópteros começaram ontem a avançar na cidade turística de Oaxaca, no sul do México, para retirar barricadas erguidas com pneus queimados e toras de árvores por opositores ao governo do Estado.
Flanqueados por veículos armados, canhões de água, buldôzeres e helicópteros no ar, policiais enfrentaram um grupo de manifestantes que os xingava e atirava pedras.
Na entrada da cidade, cerca de 400 moradores e opositores ao governo de Ulises Ruiz ironizaram a chegada das forças federais, oferecendo flores. Outros moradores saíram de suas casas para saudar e agitar bandeiras brancas, enquanto os policiais passavam retirando ônibus, trailers e outros detritos usados para bloquear a cidade.
Em outra parte de Oaxaca, houve resistência. Um ônibus que barrava uma importante via de acesso teve suas janelas quebradas. A polícia usou canhões de água para conter manifestantes em várias áreas da cidade. Enquanto forças federais se aproximavam da praça central, ativistas incendiavam carros e ateavam fogo a barricadas de madeira.
Um grupo acenou com bandeiras brancas. Vários ergueram as mãos para mostrar que estavam desarmados. "Essa é culpa de um homem só, Ulises Ruiz", disse o professor Carlos Como, 39.
Uma greve de professores iniciada em maio desencadeou o caos em Oaxaca. A revolta se espalhou e acabou unindo indígenas, desempregados, sindicalistas e até grupos guerrilheiros pedindo a renúncia do governador do Estado e o pobreza regional.

Fim de mandato
Oaxaca é agora uma das principais preocupações do presidente Vicente Fox, que está sendo pressionado pelo governador do Estado e por comerciantes locais para pôr fim aos protestos.
Apesar de resistir a vários pedidos de envio de forças federais ao Estado, Fox acabou cedendo anteontem, após a morte de um documentarista norte-americano e de dois mexicanos na sexta-feira. O presidente prometeu acabar com a crise antes de entregar a Presidência a Felipe Calderón, em 1º de dezembro.


Com agências internacionais


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