São Paulo, domingo, 30 de outubro de 2011

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Movimento jovem La Cámpora ganha força na Argentina

Grupo ligado ao kirchnerismo elegeu 9 deputados na última semana e tem cargos no governo e em estatais

Agrupação criada em 2008 é forte em Buenos Aires e na periferia e elegeu representantes em outras províncias

LUCAS FERRAZ
SYLVIA COLOMBO

DE BUENOS AIRES

A agrupação jovem ultra-kirchnerista La Cámpora começa a ganhar status de grande movimento político na Argentina. Um dos principais pontos de apoio de Cristina Kirchner após a morte do marido, Néstor, o grupo elegeu nove deputados na eleição do último domingo.
Além disso, possuem integrantes em cargos importantes de empresas estatais e no governo e representantes em outros países, como México, Inglaterra e Espanha. Em Barcelona, o responsável pelas atividades do grupo é Facundo Firmenich, filho do líder montonero Mário Firmenich.
O La Cámpora foi criado por Máximo, o primogênito dos Kirchner. O grupo começou a ganhar relevo em 2008, quando apoiou o governo em seu embate contra o campo.
Porém o momento considerado como fundacional do grupo como fenômeno político foi em setembro de 2010, num evento no Luna Park (casa de espetáculos de Buenos Aires), com a presença de mais de 10 mil jovens.
Foi uma das últimas aparições públicas de Néstor, recém-saído de uma angioplastia. Ele morreria cerca de um mês depois. O nome se inspira no líder peronista Héctor Cámpora, que presidiu o país em 1973 e foi buscar Juan Domingo Perón em seu exílio. Uma das hipóteses para a adoção desse ícone é o fato de Cámpora ter sido uma imagem da lealdade ao ideal peronista.
Os principais líderes do La Cámpora que agora integram o Congresso são Andrés Larroque, secretário-geral da agrupação, e Eduardo de Pedro, atual número dois da Aerolíneas Argentinas.
O grupo é forte em Buenos Aires e no "conurbano" (periferia), mas também se expande em outras províncias e elegeu representantes de Tucumán, La Pampa, Mendoza e Santa Fé.
São em geral jovens de formação universitária. Há filhos de desaparecidos da ditadura (1976-1983). Assim como o governo, o grupo é resistente à ideia de falar com a imprensa. Muitos são formados em universidades públicas, onde o discurso contra os meios independentes é muito forte.
Apesar de apontado como possível sucessor do kirchnerismo, Máximo não parece à vontade na vida política. O filho mais velho dos Kirchner cuida dos negócios imobiliários do casal e é discreto.
"O pai foi prefeito, governador, presidente e ele não demonstrou nenhuma vontade de fazer política. Por que agora?", afirmou o jornalista Francisco Muñoz, diretor da agência de notícias OPI.


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