São Paulo, terça-feira, 30 de novembro de 2004

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IRAQUE SOB TUTELA

Chanceler britânico diz que Comissão Eleitoral não quer adiar pleito para não dar impressão de recuo

Londres acha "difícil" eleição iraquiana ocorrer em janeiro

DA REDAÇÃO

O chanceler britânico, Jack Straw, disse ontem no Parlamento que "será difícil" realizar as eleições legislativas do Iraque na data marcada -30 de janeiro.
Straw acrescentou que políticos e a Comissão Eleitoral do país não estão dispostos a adiar o pleito em razão da insegurança. Segundo o chanceler, eles preferem "respeitar a data a dar a impressão de estarem cedendo".
Em Washington, o secretário de Estado americano demissionário, Colin Powell, disse que não há razões para duvidar da realização das eleições em janeiro: "Estamos trabalhando duro. A ONU aumentou a sua presença. Há milhares de iraquianos trabalhando no registro de eleitores. Estamos encorajando todas as partes a participar do processo político, especialmente na região sunita".
Cerca de duas dezenas de partidos e grupos políticos do Iraque -a maioria sunitas- assinaram na semana passada um pedido de adiamento das eleições por até seis meses. Já os xiitas, que são 60% da população do Iraque, não querem adiar o pleito, pois confiam que chegarão ao poder por meio da vitória eleitoral. Apesar de majoritários, os xiitas foram oprimidos durante o regime ditatorial do sunita Saddam Hussein.
A Embaixada do Reino Unido em Bagdá proibiu seus funcionários de transitarem pela estrada que liga a capital ao aeroporto internacional. "Instamos a todos cidadãos britânicos no Iraque a considerar se sua presença no país é essencial neste momento", afirmou nota do governo.
A violência prosseguiu ontem no Iraque com a explosão de um carro-bomba no norte do país. De acordo com diferentes relatos das agências de notícias, o número de mortos ficou entre sete e 12 policiais e militares iraquianos. O atentado aconteceu em Baghdadi, 195 km a noroeste de Bagdá.
Dois soldados dos EUA morreram e três ficaram feridos quando uma bomba explodiu durante a passagem de um comboio militar na região noroeste de Bagdá. A rede de TV Al Jazira disse que nove insurgentes foram mortos em choques em Iskandariyah (sul).
Em Paris, o motorista sírio que foi seqüestrado junto com dois jornalistas franceses no final de agosto disse ter confiança na libertação de Georges Malbrunot e Christian Chesnot. "Estou otimista porque os seqüestradores não nos maltrataram", afirmou Mohammed al Joundi.
A Anistia Internacional informou que entrou na Justiça americana com um pedido para que o Departamento da Defesa informe se as forças dos EUA usaram equipamento para dar choques elétricos em prisioneiros no Iraque e no Afeganistão.


Com agências internacionais


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