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Radiação é detectada em aviões britânicos
Polícia achou traços de contaminação em duas aeronaves da British Airways, em investigação sobre ex-espião russo envenenado
Companhia terá de procurar 33 mil passageiros de mais de 221 vôos do último mês, mas afirma que risco à saúde pública é pequeno
DA REUTERS
A companhia aérea britânica
British Airways afirmou terem
sido detectados "traços bastante pequenos" de radiação em
duas de suas aeronaves, na investigação da morte por envenenamento do ex-espião russo
Alexander Litvinenko.
A empresa agora enfrenta o
pesadelo logístico de ter de procurar 33 mil passageiros que
usaram 221 vôos que fizeram a
rota Londres-Moscou nas últimas quatro semanas, além de
3.000 funcionários.
O período investigado começa em 3 de novembro, data em
que Litvinenko apresentou os
primeiros sintomas de envenenamento pela substância radiativa polônio 210. O ex-espião,
que fugiu da prisão na Rússia
em 2000, estava em Londres
havia seis anos.
Amigos leram uma mensagem que teria sido ditada por
Litvinenko no leito de morte na
qual ele acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado seu assassinato. O governo russo nega.
Três aviões que faziam a rota
estão sendo examinados. Não
há resultados sobre a terceira
aeronave, que está em Moscou.
Nos outros dois aviões, foram
encontrados "traços bastante
pequenos de uma substância
radiativa". A companhia área, a
terceira maior da Europa, disse
ter sido informada que "os riscos para a saúde pública são pequenos".
Gaidar
Em mais um acontecimento
que está sendo relacionado ao
caso, Yegor Gaidar, o arquiteto
das reformas de mercado na
Rússia, começou a receber tratamento num hospital de Moscou por uma doença misteriosa
que pode ter sido causada por
envenenamento. Gaidar, 50,
que foi ministro de Boris Ieltsin
(1991-1999), adoeceu durante
viagem à Irlanda, na semana
passada, para divulgar seu novo
livro, "Morte do Império".
"Um envenenamento, uma
tentativa de assassinato: essa é
precisamente a versão que precisa ser examinada", disse Anatoli Chubais, atual presidente
da estatal da eletricidade russa.
"Seu estado é satisfatório, e
ele consegue falar, mas sua aparência é muito ruim -ele está
magro e pálido", disse Maria, filha de Gaidar.
Segundo teoria que circula
tanto em círculos oficiais quanto da oposição em Moscou, o
envenenamento de Litvinenko
não teria sido ordenado pelo
Kremlin. Tanto o ex-espião
quanto a jornalista Anna Politkovskaya, morta em outubro,
teriam sido vítimas de uma disputa pelo poder que antecipa a
sucessão de Putin, em 2008.
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