São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Radiação é detectada em aviões britânicos

Polícia achou traços de contaminação em duas aeronaves da British Airways, em investigação sobre ex-espião russo envenenado

Companhia terá de procurar 33 mil passageiros de mais de 221 vôos do último mês, mas afirma que risco à saúde pública é pequeno


DA REUTERS

A companhia aérea britânica British Airways afirmou terem sido detectados "traços bastante pequenos" de radiação em duas de suas aeronaves, na investigação da morte por envenenamento do ex-espião russo Alexander Litvinenko.
A empresa agora enfrenta o pesadelo logístico de ter de procurar 33 mil passageiros que usaram 221 vôos que fizeram a rota Londres-Moscou nas últimas quatro semanas, além de 3.000 funcionários.
O período investigado começa em 3 de novembro, data em que Litvinenko apresentou os primeiros sintomas de envenenamento pela substância radiativa polônio 210. O ex-espião, que fugiu da prisão na Rússia em 2000, estava em Londres havia seis anos.
Amigos leram uma mensagem que teria sido ditada por Litvinenko no leito de morte na qual ele acusa o presidente russo, Vladimir Putin, de ter ordenado seu assassinato. O governo russo nega.
Três aviões que faziam a rota estão sendo examinados. Não há resultados sobre a terceira aeronave, que está em Moscou. Nos outros dois aviões, foram encontrados "traços bastante pequenos de uma substância radiativa". A companhia área, a terceira maior da Europa, disse ter sido informada que "os riscos para a saúde pública são pequenos".

Gaidar
Em mais um acontecimento que está sendo relacionado ao caso, Yegor Gaidar, o arquiteto das reformas de mercado na Rússia, começou a receber tratamento num hospital de Moscou por uma doença misteriosa que pode ter sido causada por envenenamento. Gaidar, 50, que foi ministro de Boris Ieltsin (1991-1999), adoeceu durante viagem à Irlanda, na semana passada, para divulgar seu novo livro, "Morte do Império".
"Um envenenamento, uma tentativa de assassinato: essa é precisamente a versão que precisa ser examinada", disse Anatoli Chubais, atual presidente da estatal da eletricidade russa.
"Seu estado é satisfatório, e ele consegue falar, mas sua aparência é muito ruim -ele está magro e pálido", disse Maria, filha de Gaidar.
Segundo teoria que circula tanto em círculos oficiais quanto da oposição em Moscou, o envenenamento de Litvinenko não teria sido ordenado pelo Kremlin. Tanto o ex-espião quanto a jornalista Anna Politkovskaya, morta em outubro, teriam sido vítimas de uma disputa pelo poder que antecipa a sucessão de Putin, em 2008.


Texto Anterior: Equador irá refinar petróleo na Venezuela, afirma Correa
Próximo Texto: Aliança militar: Otan aprova adesão de países
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.