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CRISE NUCLEAR
Medidas para forçar país comunista a abandonar programa atômico incluiriam sanções políticas e econômicas
EUA esboçam plano contra Coréia do Norte
Ahn Young-joon/Associated Press
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Sul-coreanos protestam em Seul (capital) contra reativação do programa nuclear norte-coreano |
DO "THE NEW YORK TIMES"
O governo Bush prepara uma
ampla estratégia para aumentar a
pressão política e financeira sobre
a Coréia do Norte caso o país asiático não abandone seus planos
para desenvolver armas nucleares, afirmou um alto funcionário
do governo norte-americano.
Segundo esse plano, o Conselho
de Segurança da ONU poderia retaliar com sanções econômicas, e
forças militares dos EUA poderiam interceptar carregamentos
marítimos de mísseis norte-coreanos, para privar o país das receitas da venda de armas.
Os países vizinhos à Coréia do
Norte, segundo o plano, também
poderiam reduzir as alianças com
o governo de Pyongyang, embora
Washington não os esteja pressionando no momento.
Declarações dadas ontem pelo
secretário de Estado dos EUA,
Colin Powell, também fazem supor que há possibilidade de ser
verídica essa estratégia.
"Não estamos planejando um
ataque. Os EUA dispõem de um
leque completo de possibilidades
-políticas, econômicas, diplomáticas e, sim, militares. Mas não
estamos tentando criar uma atmosfera de crise." E concluiu:
"Estamos monitorando [a situação" cuidadosamente... Temos
meses para observar seu desenrolar, para ver o que acontece".
Segundo fontes do governo
Bush, a ameaça de isolamento
crescente é a melhor maneira de
forçar a Coréia do Norte a abandonar suas ambições nucleares.
"É a chamada "prevenção sob
medida", pois é uma situação inteiramente diferente da de Iraque
e Irã. Há muita pressão política e
econômica. Isso também requer o
máximo possível de cooperação
internacional", disse uma fonte.
Mas a nova política de prevenção de Bush está sofrendo críticas
de especialistas. Eles dizem que as
nações aliadas dificilmente fariam
a pressão necessária para prejudicar a economia norte-coreana.
Afirmam também que essa política carece de um elemento vital:
um canal diplomático aberto entre EUA e Coréia do Norte.
"Essa política é um jogo, segundo o qual o regime norte-coreano
entrará em colapso antes que tenha podido adquirir um arsenal
nuclear substancial que possa
ameaçar a estabilidade no leste da
Ásia", afirmou Robert Einhorn,
um ex-membro do Centro para
Estudos Estratégicos e Internacionais, em Washington, que negociou com os norte-coreanos durante o governo de Bill Clinton.
Ontem à noite, um comunicado
do Ministério das Relações Exteriores norte-coreano acusou os
EUA de "nos ameaçar, chantagear e destruir com armas nucleares, impulsionado pela atitude da
Guerra Fria e contra a tendência
básica do novo século, a favor da
reconciliação e da paz".
O esforço da Coréia do Norte
em desenvolver um programa
nuclear provocou a mais séria crise já ocorrida no nordeste asiático
nos últimos dez anos.
No sábado, a AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica),
que é vinculada à ONU, afirmou
que irá retirar seus inspetores da
Coréia do Norte amanhã. Pyongyang, que anunciou no dia 12 que
retomaria as atividades de seu
reator nuclear, fechado após um
acordo feito em 1994 com os EUA,
havia exigido anteontem a saída
dos inspetores da AIEA do país.
Conforme o acordo de 1994,
Washington se comprometia a,
em troca do fim das atividades
nucleares no país comunista, fornecer petróleo para a produção
alternativa de energia.
Em outubro os EUA anunciaram que o governo norte-coreano
reconhecera, num encontro com
o subsecretário de Estado James
Kelly, que mantinha um programa nuclear secreto. No mês seguinte, Washington suspendeu o
envio de petróleo, dizendo que o
acordo não tinha mais validade.
Talvez o mais fechado regime
do mundo, a Coréia do Norte foi
qualificada por Bush de membro
do que chamou de "eixo do mal",
ao lado de Iraque e Irã.
Pyongyang porém nunca reconheceu, perante a comunidade
internacional, ter tal programa secreto. Apenas disse ter o direito de
tê-lo. Os norte-coreanos afirmam
que a reativação do complexo nuclear de Yongbyon é essencial para que o fornecimento de energia
do país não entre em colapso.
Washington teme que o reator
de Yongbyon possa fornecer plutônio para armas nucleares.
Com agências internacionais
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