São Paulo, quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

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Clooney e amigos querem vigiar Sudão

Junto de Harvard, Google e ONU, ONG do ator pretende, com o uso de um satélite, detectar conflitos no país

A ideia é reduzir risco de violência e violação dos direitos humanos antes de referendo que pode dar origem a novo país


DAS AGÊNCIAS DE NOTÍCIAS

Um grupo criado pelo ator americano George Clooney se juntou ao Google, à Universidade Harvard e à ONU para "vigiar" o Sudão com o uso de satélites.
A intenção é garantir que não aconteçam crimes por ocasião do referendo de 9 de janeiro, que pode dividir o país em dois Estados.
O grupo de Clooney, "Not On Our Watch" (não sob nossa guarda, em tradução livre), está financiando a fase inicial do projeto de vigilância, chamado "Satellite Sentinel Project" (projeto de satélite sentinela).
O objetivo será obter imagens em tempo real para combiná-las com dados de outras organizações.
O projeto, que será lançado oficialmente hoje, ajudará a detectar movimentos de tropas e civis e outros indícios de possíveis conflitos.
Para isso, os satélites irão tirar fotos do norte e do sul do país. Os resultados serão publicados na internet por programas da ONU e do Google.
"Queremos alertar os potenciais perpetradores de genocídio e outros crimes de guerra de que nós estamos observando, que o mundo está observando", disse Clooney em comunicado.
Por trás do projeto está a preocupação com o referendo, no qual os cidadãos do sul, região rica em petróleo e predominantemente animista e cristã, terão de decidir se querem continuar unidos aos seus vizinhos muçulmanos do norte.
O grupo, que também inclui outros astros, como Brad Pitt e Matt Damon, financiou durante seis meses o projeto, além de reunir fundos para ajudar os deslocados de Darfur, oeste do Sudão.
Ontem, o presidente Omar al Bashir ameaçou suspender as negociações de paz no Qatar com rebeldes de Darfur e retornar as negociações para o Sudão, caso um acordo não seja alcançado hoje.

NAS MÃOS
Mais de 7,3 milhões de cédulas que serão utilizadas no referendo que pode alterar o mapa da África já foram entregues, segundo a ONU.
Cada cédula carrega duas imagens: uma mão significa independência; duas mãos, um Sudão unificado.
O mau tempo na Europa havia ameaçado adiar a chegada das cédulas, impressas no Reino Unido.


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