das agências internacionais

Os guerrilheiros maoístas do Khmer Vermelho tomaram o poder no Camboja em 17 de abril de 1975 e colocaram em prática uma experiência radical de comunismo agrário.
O Khmer derrubou um regime republicano apoiado pelos Estados Unidos e foi inicialmente bem recebido pela população.
Horas depois de tomar o poder, porém, os soldados de Pol Pot iniciaram a implantação de um regime de terror no país.
A capital, Phnom Penh, foi esvaziada à força, e trabalhadores urbanos foram enviados, sob a mira de armas, para o campo, para trabalhar em grandes projetos agrícolas. O regime tentou criar, do dia para a noite, uma economia sem dinheiro, coletivizada e com a capacidade de virar as costas para o resto do mundo.
Todos que tinham ligações com o rival Vietnã, os monges budistas, as minorias e a classe média eram vistos como ameaça ao regime e mandados para os chamados "campos da morte".
Com as mãos amarradas e os olhos vendados, as vítimas eram espancadas até a morte ou sufocadas com sacos plásticos, para poupar o gasto com balas.
Muitos dos mortos em centros de tortura eram membros do próprio Khmer, comandado com mão de ferro por Pol Pot. Aqueles que caíam em desgraça na organização tinham com frequência toda a família executada.
Não demorou para que a coletivização da agricultura mostrasse ser inviável. As colheitas de arroz fracassaram e o pouco cereal produzido acabou apodrecendo nos campos ou ficando sem distribuição. Fome, doença e trabalho pesado mataram os que escaparam das execuções.
O regime foi derrubado por uma invasão do Vietnã, no Natal de 1978. Os soldados vietnamitas encontraram o interior tomado por ossadas e sepulturas coletivas.
Duas semanas depois, Pol Pot deixou o poder, passando a comandar seus guerrilheiros da região fronteiriça com a Tailândia.
Desde a queda do regime, membros da guerrilha têm passado sucessivamente para o lado governista. Deposto no ano passado por Ta Mok, Pol Pot negou até a morte ter cometido crimes contra a humanidade.



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