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SEQUESTRO
Quatro ocidentais morrem em operação da polícia para libertar 16 reféns de cativeiro; mortes são as primeiras
Turistas são mortos em resgate no Iêmen
PAULO DANIEL FARAH
da Redação
Três turistas britânicos e um australiano -dois homens e duas
mulheres- foram mortos quando
forças de segurança do Iêmen invadiram o local onde eram mantidos, desde anteontem, 16 reféns
ocidentais. Os outros 12 foram libertados. Uma norte-americana e
um britânico ficaram feridos.
Desde 1993, mais de 150 estrangeiros foram sequestrados no país,
mas essa é a primeira vez que reféns são mortos. Na maioria das
vezes, os próprios sequestradores
libertaram os reféns, mediante o
pagamento de resgate ou a aceitação de alguma reivindicação. O governo nega que realize negociações
com sequestradores.
O sequestro de turistas é uma
prática comum por parte das tribos, que exigem do governo dinheiro, armas, libertação de prisioneiros e melhoras na infra-estrutura de suas regiões. Há, ainda,
tribos que se opõem à presença das
mais de 30 empresas de petróleo
estrangeiras no país.
"A operação começou após os sequestradores começarem a matar
reféns. Eles mataram dois, nossas
forças invadiram o local para impedir o agravamento da situação",
disse um porta-voz do governo.
Três sequestradores foram mortos
e três, feridos. Eles estão presos.
Victor Henderson, embaixador
do Reino Unido, reuniu-se com o
ministro do Interior iemenita e
disse que estava tentando "estabelecer os fatos" e localizar os parentes das vítimas.
O jornalista iemenita Hossein
Munibari disse à Folha, por telefone, que o país esperava "uma redução no número de sequestros. Em
agosto, 1.500 membros de tribos
participaram de uma conferência
de três dias em Sanaa (capital) e
condenaram o uso do sequestro
como forma de exigir melhoras na
infra-estrutura de suas áreas. Eles
pediram que apenas meios pacíficos fossem usados no futuro".
Em julho deste ano, o governo
decidiu adotar a pena de morte para os sequestradores de turistas.
A companhia de turismo britânica Explore Worldwide, que organizou a viagem, afirmou que nunca havia tido problemas no Iêmen
e que cancelou excursões programadas para fevereiro.
Sue Ockwell, porta-voz da empresa, disse que eles "seguiram à
risca" as recomendações do Ministério das Relações Exteriores britânico, o que inclui o registro na embaixada e a contratação de guias
locais conhecidos.
Segundo Ockwell, a empresa
"tem enviado pessoas ao Iêmen há
12 anos, e todos os estrangeiros
que estiveram lá dizem que o povo
é hospitaleiro, acolhedor, agradável e generoso".
²
Com agências internacionais
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